Nesse artigo são analisadas as propostas de Dauer (1974) e Puntel (1990)
de justificação da concepção coerencial da verdade. O cerne das duas propostas é a
passagem da coerência de um conjunto de proposições para a verdade dessas
proposições, com base em teorias semânticas holistas. O objetivo é explicitar os
pressupostos semânticos das duas propostas e mostrar que ambas têm dificuldades
em distinguir entre o dito e a realidade. Argumento ainda que a razão formal da
inadequação está na incapacidade das teorias coerenciais em distinguir os aspectos
inferenciais e referenciais da noção de proposição verdadeira.