O nosso artigo visa analisar as diferentes dimensões e os vários contornos do secularismo contemporâneo. Situamos o nosso marco teórico na perspectiva dos múltiplos secularismos de Alfred Stepan e das análises sensíveis aos diferentes contextos políticos, sociais e religiosos de Rajeev Bhargava. Para tal, delimitamos a nossa investigação às relações entre o Estado português e as igrejas e comunidades religiosas no período pós 1974. Ao examinarmos o seu padrão democrático de relação Estado-Igreja, nomeadamente através da observação dos mecanismos de apoio financeiro estabelecidos, procuramos entender em qual dos atuais modelos de secularismo Portugal se enquadra. O fato de este ser um estudo de caso controvertido, onde existe um modelo de separação com cooperação entre Estado e Igreja e, por consequência, um espírito de diálogo, negociação e de permanentes (re)definições do espaço público e simbólico de ambos, com particular destaque para uma religião específica, ajuda-nos a compreender o quão ambíguas e plásticas podem ser as fronteiras do secularismo moderno.