Neste artigo é analisado o sistema mnemônico, recentemente adaptado para a série da BBC Sherlock, sugestivamente referido como um “palácio da mente” ou “palácio da memória”. Trata-se de uma espécie de exercício psíquico que permite a Holmes “revisitar" o seu passado. Nesse espaço mental, o protagonista consulta “arquivos” de dados (textos e imagens) que estão armazenados em sua mente em detalhes. Esse “poder” o leva a memorizar, relembrar e visualizar tudo. A técnica milenar do poeta grego Simônides de Ceos é aqui comparada com a virtualidade do processo de armazenamento nos “palácios virtuais” da atualidade, como a própria concep- ção de arquivo como forma de preservar e recriar a ideia de passado.