SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA: O CASO DOS IMIGRANTES DOS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA
Cadernos de Estudos Sociais
SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA: O CASO DOS IMIGRANTES DOS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA
Autor Correspondente: D. G. Silva | [email protected]
Palavras-chave: Segregação socioespacial, estruturas socioeconómicas urbanas, imigrantes dos palop, área metropolitana de Lisboa
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A desigualdade socioeconómica e a sua expressão espacial parecem estar em crescimento na maioria das áreas metropolitanas europeias, devendo considerar-se as migrações internacionais como um dos processos que lhes é inerente. Sendo frequentemente percecionada como uma ameaça para a coesão socioterritorial, existe ainda algum défice nos estudos sobre as dimensões socioeconómicas da desigualdade nas áreas metropolitanas, sobretudo as que se associam a dinâmicas globais como as migrações. Este artigo procura compreender a distribuição espacial dos imigrantes naturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e sistematizar, através de uma análise multivariada, as dimensões que caracterizam a estrutura socioeconómica das áreas residenciais da AML, utilizando-as, posteriormente, como base explicativa para os padrões residenciais dos imigrantes africanos. A informação mobilizada e tratada provém do recenseamento populacional português de 2011. Os resultados indicam que a sobrerrepresentação deste grupo de imigrantes está associada a áreas de maior privação socioeconómica, designadamente a situações de vulnerabilidade no mercado laboral, afetando, consequentemente, o seu acesso à habitação condigna. No final, e face aos resultados obtidos, apresentam-se algumas sugestões de medidas de política pública direcionadas para uma habitação mais inclusiva.
Resumo Inglês:
Socioeconomic inequality and its spatial expression appear to be growing in most European metropolitan areas, and international migration must be considered as one of the main influential processes. Often perceived as a threat to socioterritorial cohesion, there is still a deficit in studies on the socioeconomic dimensions of inequality in metropolitan areas, especially those associated with global dynamics such as migration. This article aims at understanding the spatial distribution of immigrants born in Portuguese-speaking African countries in the Lisbon Metropolitan Area (LMA), and to systematize through a multivariate analysis the dimensions that characterize the socioeconomic structure of the residential areas that make up the LMA, using them afterwards as an explanatory basis for the residential patterns of African immigrants. The information used refers to the 2011 Portuguese population census. Results indicate the over-representation of this group of immigrants is associated with areas of greater socioeconomic deprivation, namely situations of vulnerability in the labor market, which consequently affect their access to quality housing. Finally, considering the results obtained, the study offers some suggestions of public policy measures directed toward more inclusive housing conditions.
Resumo Espanhol:
La desigualdad socioeconómica y su expresión espacial parecen estar en crecimiento en la mayoría de las áreas metropolitanas europeas, y deben considerarse las migraciones internacionales como uno de los procesos que les son inherentes. Percibida a menudo como una amenaza para la cohesión socioterritorial, todavía hay un déficit en los estudios sobre las dimensiones socioeconómicas de la desigualdad en estas áreas metropolitanas, sobre todo las que se relacionan a dinámicas globales como las migraciones. En este artículo se propone comprender la distribución espacial de los inmigrantes naturales de los países africanos de habla portuguesa en el Área Metropolitana de Lisboa (AML) y sistematizar, a través de un análisis multivariado, las dimensiones que caracterizan la estructura socioeconómica de las zonas residenciales de la AML, utilizándolas posteriormente como base explicativa para los patrones residenciales de los inmigrantes africanos. La información recolectada y tratada proviene del Censo de la población portuguesa de 2011. Los resultados apuntan que la sobrerrepresentación de este grupo de inmigrantes está asociada con áreas de mayor privación socioeconómica, incluidas las situaciones de vulnerabilidad en el mercado laboral, afectando su acceso a la vivienda decente. Finalmente, y frente a los resultados obtenidos, el estudio presenta algunas sugerencias de medidas de políticas públicas dirigidas a una vivienda más inclusiva.
