Seca e alagamento como determinantes da dinâmica da comunidade de cerrados estacional e hiperestacional

Brazilian Journal Of Biology

Endereço:
Rua Bentos Carlos, 750
São Carlos / SP
13560-660
Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1519-6984&lng=pt&nrm=iso
Telefone: (16) 3362-5400
ISSN: 15196984
Editor Chefe: Takako Matsumura-Tundisi
Início Publicação: 31/12/1940
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Biologia geral

Seca e alagamento como determinantes da dinâmica da comunidade de cerrados estacional e hiperestacional

Ano: 2009 | Volume: 69 | Número: 2
Autores: Cianciaruso MV, Batalha MA
Autor Correspondente: Cianciaruso MV | [email protected]

Palavras-chave: diversidade, parque nacional das emas, hiperestacionalidade, savana, estacionalidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Na América do Sul, a maior região de savana é o cerrado brasileiro. Estudamos as mudanças na composição florística,
riqueza, densidade de espécies, densidade de plantas e volume cilíndrico em um cerrado estacional comparando-o
com um cerrado hiperestacional adjacente. Em quatro estações do ano, sorteamos dez parcelas de 1 m2 em cada
formação vegetal, nas quais amostramos todas as plantas vasculares. Mudanças estacionais na composição florística,
densidade de espécies e densidade de plantas foram menos pronunciadas no cerrado estacional. A similaridade entre
os cerrados foi menor quando o cerrado hiperestacional estava alagado. A riqueza e a densidade de espécies foram
maiores no cerrado estacional, que atingiu o pico de biomassa no meio da estação chuvosa. O cerrado hiperestacional,
por sua vez, atingiu o pico de biomassa no começo da estação chuvosa e, apesar do alagamento, o manteve até o final
da estação chuvosa. No cerrado hiperestacional, o alagamento atua como um filtro ambiental restringindo o número
de espécies de cerrado capazes de tolerá-lo. A comunidade do cerrado estacional foi mais estável que a do cerrado
hiperestacional. Nossos resultados corroboraram a idéia de que mudanças de curto prazo nos filtros ambientais das
savanas afetam a sua composição florística e estrutura.



Resumo Inglês:

In South America, the largest seasonal savanna region is the Brazilian cerrado. Our aim was to study temporal changes
in some community descriptors, such as floristic composition, richness, species density, plant density, and cylindrical
volume, in a seasonal cerrado, comparing it to a nearby hyperseasonal cerrado. In four different seasons, we placed
randomly ten 1 m2 quadrats in each vegetation form and sampled all the vascular plants. Seasonal changes in floristic
composition, species density, and plant density were less pronounced in the seasonal than in the hyperseasonal cerrado.
Floristic similarity between the vegetation forms was lower when the hyperseasonal cerrado was waterlogged.
Richness and species density were higher in the seasonal cerrado, which reached its biomass peak at mid rainy
season. The hyperseasonal cerrado, in turn, reached its biomass peak at early rainy season and, despite the waterlogging,
maintained it until late rainy season. In the hyperseasonal cerrado, waterlogging acts as an environmental filter
restricting the number of cerrado species able to withstand it. The seasonal cerrado community was more stable than
the hyperseasonal one. Our results corroborated the idea that changes in the environmental filters will affect floristic
composition and community structure in savannas.