RETENÇÃO PLACENTÁRIA E RUPTURA UTERINA EM ÉGUA – RELATO DE CASO

Science and Animal Health

Endereço:
Avenida Imperador Dom Pedro I, número: 1713. Bairro: Fragata.
Pelotas / RS
96030350
Site: http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/veterinaria/index
Telefone: (53) 9994-8607
ISSN: 2318356X
Editor Chefe: Paulo Ricardo Centeno Rodrigues
Início Publicação: 30/06/2013
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Medicina Veterinária

RETENÇÃO PLACENTÁRIA E RUPTURA UTERINA EM ÉGUA – RELATO DE CASO

Ano: 2014 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: F. C. C. SANTOS, L. S. FEIJÓ, F. M. PAZINATO, L. A. AMARAL, C. F. MARTINS, C. E. W. NOGUEIRA.
Autor Correspondente: F. C. C. Santos. | [email protected]

Palavras-chave: Distocia, Endotoxemia, Parto, Puerpério.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A retenção placentária está relacionada à quadros de inércia uterina, podendo acarretar alterações sistêmicas. A ruptura uterina provoca contaminação da cavidade abdominal, induz o desencadeamento de peritonite, agravando o quadro clínico e representando risco a vida do animal. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de retenção placentária e ruptura uterina em uma égua. Uma égua, obesa, cinco dias após apresentar parto distócico, foi atendida sendo observado ao exame clínico taquicardia, taquipnéia, congestão de mucosa, febre e retenção placentária. À ultrassonografia, o útero estava distendido, com espessamento de parede uterina, conteúdo anecóico e pontos hiperecogênicos no lúmen. O hemograma apresentava leucocitose, neutrofilia, linfopenia e presença de bastonetes. A paracentese abdominal foi improdutiva. Foi iniciado tratamento com flunixin meglumine 1,1 mg/kg, penicilina G potássica 20.000 UI/kg, gentamicina 6,6 mg/kg, oxitocina 20 UI, omeprazol 2 mg/kg, heparina 60 UI/kg, fluidoterapia e lavagem uterina. Após três dias de tratamento, o quadro clínico agravou-se e o animal evoluiu a óbito. Na necropsia foi visualizado intenso edema no subcutâneo da região abdominal, fígado com esteatose, úlceras gástricas, intensa deposição de fibrina na cavidade abdominal, ruptura uterina com segmento placentário em protrusão para cavidade abdominal, endométrio em necrose e presença de fragmentos placentários em autólise. A obesidade é sugerida como um fator de risco a ocorrência de distocia. A retenção placentária favoreceu a ocorrência de ruptura uterina, proporcionando o extravasamento do conteúdo uterino para a cavidade abdominal, sendo de difícil tratamento, evoluindo para óbito por peritonite e endotoxemia.



Resumo Inglês:

Placental retention is associated with uterine inertia, and may cause systemic alterations. Uterine rupture induces the contamination of the abdominal cavity, and peritonitis, worsening clinical signs and risk for the animal’s life. The aim of this paper is to report a case of retained placenta and uterine rupture in a mare. An obese mare was attended 5 days after it had experienced distocia. Tachycardia, tachypnea, congestion of mucosae, fever and retained placenta were observed. In the ultrasound examination, the uterus was distended and uterine wall was thickened, with anechoic content and hyperechoic spots in the lumen. The blood count showed leukocytosis, neutrophilia, lymphopenia and immature lymphocytes. Abdominal paracentesis was unproductive. Treatment was based on flunixin meglumine 1.1 mg/kg, penicillin G potassium 20.000 UI/kg, gentamicin 6.6 mg/kg, oxytocin 20 UI, omeprazole 2 mg/kg, heparin 60 UI/kg and uterine wash. After 3 days of treatment, clinical condition got worse and the animal died. In the necropsy, severe edema in the subcutaneous abdominal region, fatty liver, gastric ulcers, severe fibrin deposition in the abdominal cavity, uterine rupture with placental segment protrusion into the abdominal cavity, endometrial necrosis and presence of autolytic placental fragments were observed. Obesity might be considered a risk factor for the occurrence of dystocia. Placental retention favored the occurrence of uterine rupture, resulting in the release of uterine contents into the abdominal cavity, evolving to death due to peritonitis and endotoxemia.



Resumo Espanhol:

La retención de la placenta esta relacionada la inercia uterina, lo que puede causar cambios sistémicos. La ruptura uterina provoca contaminación de la cavidad abdominal, induce la aparición de peritonitis, empeorando los síntomas, teniendo riesgo de vida el animal. El objetivo de este trabajo es presentar un caso de retención de la placenta y ruptura uterina en una yegua. Una yegua, obesa, 5 días después de un parto distócico, presentó en el examen clínico taquicardia, taquipnea, congestión de las mucosas, fiebre y retención de placenta. En la ecografía, el útero estaba distendido, con engrosamiento de la pared uterina, contenido anecoico y puntos hiperecoicos en la luz. En el hemograma se encontró leucocitosis, neutrofilia, linfopenia y presencia de linfocitos inmaduros. La paracentesis abdominal fue improductiva. El tratamiento se inició con flunixina de meglumine 1,1 mg/kg, penicilina G potásica 20.000 UI/kg, gentamicina 6,6 mg/kg, oxitocina 20 UI, omeprazol 2 mg/kg, heparina 60 UI/kg y lavado uterino. Después de 3 días de tratamiento, la condición clínica se deterioró y el animal murió. En la necropsia se mostro edema marcado de la región abdominal subcutánea, hígado graso, úlceras gástricas, deposición severa de fibrina en la cavidad abdominal, ruptura uterina con profusión de un segmento de la placenta para la cavidad abdominal, necrosis del endometrio y presencia de fragmentos de placenta en autolisis. La obesidad se ha sugerido como un factor de riesgo para la ocurrencia de distocia. La retención de la placenta favoreció la ocurrencia de ruptura uterina, proporcionando la extravasación del contenido uterino a la cavidad abdominal, de difícil tratamiento, lo que lleva a la muerte por peritonitis y endotoxemia.