Respeitem meus cabelos, brancos: música, política e identidade negra

Revista Famecos: Mídia, Cultura E Tecnologia

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ISSN: 1415-0549
Editor Chefe: Cristiane Freitas Gutfreind
Início Publicação: 31/08/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Respeitem meus cabelos, brancos: música, política e identidade negra

Ano: 2012 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: Felipe da Costa Trotta, Kywza J. F. P. dos Santos
Autor Correspondente: Felipe da Costa Trotta | [email protected]

Palavras-chave: Música popular, Identidade negra, Chico César

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A música popular é um artefato midiático através do qual são
negociados socialmente pensamentos, valores, ações e estratégias
de identidade individual e coletiva. Neste artigo, analisaremos
as nuances discursivas que integram a canção Respeitem meus
cabelos, brancos, de Chico César. Parte-se da hipótese de que por
trás de um discurso militante e acusatório revelam-se diversas
ambiguidades discursivas que integram a posição do autor sobre
identidade negra. Os debates atuais sobre racismo acionam
um posicionamento dicotômico (brancos x negros), presente
na letra, mas relativizado pela ironia do uso não ortodoxo do
reggae, pela ambiguidade da capa do CD, pela indefinição tonal
e pelo criativo uso da vírgula, que condensa toda uma gama de
deslocamentos interpretativos, contribuindo densa e criticamente
para o pensamento atual sobre negritude no Brasil.



Resumo Inglês:

Popular music is a media artifact through which thoughts, values,
actions and collective and individual strategies of identity can be
socially negotiated. In this article, we’ll analyze the discursive
nuances in the song Respeitem meus cabelos, brancos (Have some
respect for my hair, whites), by Chico César. We start of from
the assumption that behind a militant and accusatory discourse,
ambiguities are showed in the author’s stand on black identity.
Current debates on racism trigger a dichotomous position
(blacks vs. whites), in the lyrics, second guessed by the irony in
the unorthodox usage of reggae, by the ambiguity of the record
cover image, by the undefined tone and the creative use of the
comma, that condenses a range of interpretational misplaces,
contributing largely and critically for the current thought on
blackness in Brazil.