RESENHA CRÍTICA: DURKHEIM, E. LIÇÕES DE SOCIOLOGIA

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ISSN: 1806-5023
Editor Chefe: Prof. Dr. Jacques Mick
Início Publicação: 31/07/2003
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Sociologia

RESENHA CRÍTICA: DURKHEIM, E. LIÇÕES DE SOCIOLOGIA

Ano: 2012 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: Ana Paula Saccol
Autor Correspondente: SACCOL, A. P. | [email protected]

Palavras-chave: Durkheim; Estado; Moral

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

“Lições de Sociologia” teve como idealizador Kubali que durante a pesquisa de sua tese de doutoramento procurou Marcel Mauss (sobrinho de Durkheim) para verificar se não existiria algum outro tipo de documento que pudesse clarear o pensamento de Durkheim a cerca de sua sociologia política. Mauss disponibilizou então os manuscritos inéditos de aulas ministradas por seu tio. E com a permissão da filha de Durkheim - Jacques Halpen - Kubali publica o conjunto desses manuscritos.

Em relação ao pensamento político de Durkheim Kubali[1] aponta: “como esse sociólogo não fizera do problema objeto de um estudo especial, em suas obras já publicadas, a evocar certas questões referentes a ele, fui levado a pensar que seria possível encontrar explicações adequadas e detalhadas em seus inéditos, se é que existiam". Já Giddens (1998. p. 103) afirma que “a teoria de Durkheim sobre a política e o Estado é indubitavelmente a mais negligenciada das suas contribuições para a teoria social.” O que podemos crer com a leitura de Giddens é que Durkheim se preocupou sim com a questão da política e do Estado, sendo o que o papel do Estado seria o de resgatar os indivíduos da sociedade, que se deve objetivar e promover a mudança, acreditava inclusive na maleabilidade e flexibilidade das estruturas e instituições diante das mudanças, e que o problema crucial da sociologia era o de redefinir quais eram as formas sociais capazes de realizar os ideais de liberdade[2] e igualdade gerados pela transição a partir da ordem tradicional. Portanto, “Lições de Sociologia” pode ser considerada a obra em que Durkheim desenvolve sua sociologia política.

[1] Citação retirada do Prefácio a Primeira Edição. DURKHEIM, 2002.

[2] O conceito de liberdade não significava a liberação de todos os controles morais, mas a aceitação da regulação moral do “culto da personalidade” (relação entre o sagrado e o profano).