A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Geosaberes

Endereço:
Campus do Pici - Departamento de Geografia - Pici
Fortaleza / CE
60440-900
Site: http://www.geosaberes.ufc.br
Telefone: (85) 3366-9855
ISSN: 2178-0463
Editor Chefe: Fábio de Oliveira Matos
Início Publicação: 01/01/2010
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Geografia

A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Ano: 2019 | Volume: 10 | Número: 21
Autores: Larissa Sousa Mendes, Josélia Saraiva e Silva
Autor Correspondente: Larissa Sousa Mendes | [email protected]

Palavras-chave: geografia, formação docente, representações sociais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A literatura e as pesquisas quanto à significação social e atratividade da carreira docente no Brasil têm mostrado uma crescente desvalorização desta profissão, em especial do ser professor (a) da Geografiaescolar. Isso porque a Geografiafoi introduzida no currículo escolar como uma ferramenta teórica estratégica de reconhecimento do território nacional, bem como com o intuito de integrar o Estado-naçãoe proteger suas fronteiras. Por conta de tal cenário estádisciplina priorizou por um longo períodoa descrição e caracterização, sobretudo dos aspectos físicos, dos lugares e suas respectivas populações. Diante disso, mesmo tendo desenvolvido um arcabouço teórico-metodológico rico, com o qual passou a observar o espaço geográfico por outros ângulos,a Geografiamantém,até os dias atuais, no senso comum,o estigma de ser uma disciplina escolar enciclopédica, que possui pouca relação com o cotidiano, e que por issoexige dos alunos da Educação Básicaum esforço exacerbado da memória. Procurando contribuir com essa discussão,o presenteartigo visa abordar essa temática a partir da Teoria das Representações Sociais(Moscovici, 1969).Sob essa perspectiva,buscamosidentificar,nas referências teóricas já existentes,questões que versem sobre a formação inicial ea construção de uma representação socialda condição de ser professor de Geografiano Brasil. Para dar embasamento a essa discussão,utilizamos como referencial teórico autores como Tardif (2002), Nóvoa (1997), Callai (2003),Pontuschka (2009, 2010), entre outros.Assim,inferimos a existência de um fazer geografia escolar que a insereem uma visão pouco crítica da realidade, muito embora o seu discurso teórico a encaminhe para o sentido contrário.

Resumo Inglês:

Literature and research on the social significance and attractiveness of the teaching career in Brazil have shown a growing devaluation of this profession, especially being a teacher of school geography. This is because Geography was introduced in school curriculum as a theoretical tool of recognition of the national territory, as well as with the intention of integrating the nation-state and protecting its borders. Because of this scenario, this discipline prioritized the description and characterization, mainly of physical aspects, of places and their respective populations, for a long time. Thus, despite having developed a rich theoretical-methodological framework, with which we began to observe the geographic space from other angles, Geography has until today, in common sense, the stigma of being an encyclopedic school discipline, which has little relation to daily life, and that, therefore, requires the students of Basic Education with an exacerbated effort of memory. In order to contribute to this discussion, the present article aims to approach this theme from the Theory of Social Representations (MOSCOVICI, 1969). From this perspective we seek to identify the theoretical references, already existing questions that deal with the initial formation and the construction of a social representation of the condition of being professor of Geography in Brazil. To support this discussion, we use as theoretical reference authors such as Tardif (2002), Nóvoa (1997), Callai (2003) Pontuschka (2009, 2010), among others. Thus we infer the existence of a geography school that inserted it in an uncritical view of reality, even though its theoretical discourse directs it to the opposite direction.

Resumo Francês:

La littérature et les recherches sur la signification sociale et l’attractivité de la carrière d’enseignant(e) au Brésil ont montré une dévaluation croissante de cette profession, en particulier en tant qu’enseignant(e) en géographie scolaire. Cela tient au fait que la géographie a été introduite dans les programmes scolaires en tant qu’outil théorique-stratégique de reconnaissance du territoire national, ainsi que dans l’intention d’intégrer l’État-nation et de protéger ses frontières. En raison de ce scénario, cette discipline a priorisé, pendant une longue période, la description et la caractérisation, principalement physique, des lieux et de leurs populations respectives. Ainsi, malgré le développement d’un riche cadre théorique et méthodologique, avec lequel on a commencé à observer l’espace géographique sous d’autres angles, la géographie maintient aujourd’hui, au sens commun, le stigmate d’une discipline scolaire encyclopédique qui n’a presque aucune relation avec la vie quotidienne, et cela impose donc aux étudiants de l’éducation de base un effort de mémoire exacerbé. Afin de contribuer à cette discussion, le présent article vise à aborder ce thème de la théorie des représentations sociales (MOSCOVICI, 1969). Dans cette perspective, nous cherchons à identifier dans les références théoriques existantes quelques questions relatives à la formation initiale et à la construction d’une représentation sociale de la condition d’être professeur de géographie au Brésil. Pour appuyer cette discussion, nous utilisons comme référence théorique des auteurs tels que Tardif (2002), Nóvoa (1997), Callai (2003) Pontuschka (2009, 2010), entre autres. Ainsi, nous en déduisons l'existence d'une école de géographie qui l'insère dans une vision non critique de la réalité, même si son discours théorique la dirige dans la direction opposée.