O presente artigo tem como objetivo analisar as mudanças que estão ocorrendo no processo fabril de um setor que pode/poderia ser considerado como a mais "fordista" de todas as indústrias. E mais, podemos afirmar que, atualmente, o setor automotivo é o locus onde ocorrem as mais significativas mudanças na organização da produção e do trabalho, sendo os lÃderes desse processo as empresas japonesas. As inovações introduzidas por estas empresas estão delineando um novo "padrão produtivo", sendo que a difusão deste ocorre de maneira rápida e cada vez mais acelerada para os demais paÃses. Mas é importante frisar que dadas as peculiaridades das formações sociais nacionais, essa difusão apresenta algumas variantes quando comparadas ao "modelo japonês". Com o intuito de tornar a exposição mais clara, separamos as principais inovações que estão ocorrendo na área da produção industrial do complexo automotivo em três tipos, a saber: a de tipo organizacional, que se refere a uma nova configuração no arranjo e no layout da fábrica (JIT, células de manufatura, Kan-Ban, entre outros); a de tipo relacional, ou seja, as que ensejam uma nova articulação (relação) entre a indústria de autopeças e a automobilÃstica; e inovações tecnológicas, ligadas em especial com a automação microeletrônica. Em seguida analisaremos a indústria de autopeças na economia brasileira, partindo de um breve histórico dessa indústria, desde a década de 50 (fase da polÃtica de substituição de importações) até os dias atuais. No final desse item faremos uma breve discussão sobre os impactos e desafios do processo de mudança do paradigma produtivo sobre essa indústria. Finalizando o artigo, realizaremos um breve estudo sobre a indústria de autopeças em Minas Gerais, desde a sua constituição até a liderança exercida pela FIAT automóveis na evolução desse setor na economia mineira, bem como uma breve análise sobre as perspectivas atuais dessas empresas no cenário nacional.