Interpretação recorrente descreve a trajetória da federação brasileira como marcada por sístoles e diástoles, como o músculo cardíaco, sugerindo centralização em períodos autoritários e descentralização em períodos democráticos. Este artigo utiliza a metodologia do projeto comparativo Why De/Centralization in Federations para investigar em profundidade a redemocratização brasileira que se seguiu ao Estado Novo. A análise da autonomia estadual em três subdimensões político-institucionais, 22 áreas de políticas públicas e cinco indicadores fiscais revela continuidades abundantes em termos de distribuição de poder na federação. O estudo conclui que a metáfora cardíaca envolve simplificação excessiva e que, do ponto de vista analítico, é mais promissor descrever a transição para a Democracia de 1946 como uma “quase conjuntura crítica” (“near-miss critical juncture”), conceito consolidado pelo neoinstitucionalismo histórico para entender pontos do tempo em que a mudança é provável e perseguida, mas deixa de se materializar.
A conventional view identifies the Brazilian Federation’s trajectory with the systoles and diastoles of the cardiac muscle, with centralization waves in authoritarian regimes and decentralization moves in democratic periods. This article employs the methodology of the comparative research project Why De/Centralization in Federations to develop an in-depth investigation of the democratic transition in the aftermath of the Estado Novo. The analysis of the autonomy at the state level in three political-institutional subdimensions, 22 public policy areas, and five fiscal indicators reveals abundant continuity regarding the distribution of power in the federation. The study concludes that the cardiac metaphor oversimplifies these dynamics and that the concept of “near-miss critical juncture” – proposed by historical institutionalism to describe when change is likely and sought for but fails to materialize – is a more promising description for the transition to the so-called 1946 Democracy.
Una interpretación recurrente describe la trayectoria de la federación brasileña como marcada por sístoles y diástoles, como el músculo cardíaco, sugiriendo centralización en períodos autoritarios y descentralización en períodos democráticos. Este artículo utiliza la metodología del proyecto comparativo Why De/Centralization in Federations para investigar en profundidad la redemocratización brasileña que siguió al Estado Novo. El análisis de la autonomía estatal en tres subdimensiones político-institucionales, 22 áreas de política pública y cinco indicadores fiscales revela abundantes continuidades en cuanto a la distribución del poder en la federación. El estudio concluye que la metáfora cardíaca implica una simplificación excesiva y que, desde un punto de vista analítico, es más promisorio describir la transición a la Democracia de 1946 como una “casi coyuntura crítica” (“near-miss critical juncture”), concepto consolidado por el neoinstitucionalismo histórico a comprender los puntos en el tiempo en los que el cambio es probable y se persigue, pero no se materializa.