Racismo cordial - manifestação da discriminação racial à brasileira - o domínio público e o privado

Revista de Psicologia

Endereço:
Avenida da Universidade - 2762 - Benfica
Fortaleza / CE
60020-180
Site: http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/index
Telefone: (85) 3366-7736
ISSN: 2179-1740
Editor Chefe: Cassio Adriano Braz de Aquino
Início Publicação: 26/01/2018
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Psicologia

Racismo cordial - manifestação da discriminação racial à brasileira - o domínio público e o privado

Ano: 2011 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: L. C. Pacheco
Autor Correspondente: L. C. Pacheco | [email protected]

Palavras-chave: racismo, público, privado

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No Brasil, a presença africana passa pelas mais variadas personificações sociais: de escravo (boçal, ladino, crioulo, ingênuo, liberto) até o ‘mulato’ e negro no contraste e confronto com o índio e o branco, que nas relações políticas, religiosas, sexuais e lúdicas aparecem como diferente física, psicológica e culturalmente. Porém, a definição polarizada entre brancos e negros numa sociedade que se define por centenas de cores diferentes torna-se inviável, ainda mais se somadas a questões históricas e culturais, como o mito da democracia racial e o ideal de branqueamento. Assim, no lugar do racismo declarado desenvolve-se no Brasil uma forma de discriminação contra os não brancos, que se caracteriza por uma polidez superficial que camufla atitudes e comportamentos discriminatórios, expressando-se ao nível das relações interpessoais através de atitudes informais. É o racismo cordial, tipicamente brasileiro, que se manifesta nas relações privadas e se camuflam em suposta tolerância pública.



Resumo Inglês:

In Brazil, the African presence passes for many social personifications: from slave (rude, sharp, creole, ingenuous, liberated) to the ‘mulatto’ and black people in contrast and confront with the Indian and the blank, that in playful, sexual, religious, and political relations appears like physical, psychological and cultural diferences. However, the definition polarized about white and black people in a society that is defined by hundreds of different colors becomes impracticable, still if been added the cultural and historical questions, as the myth of the racial democracy and the ideal of bleaching. Like this, in the place of the racism declared develops in Brazil a form of discrimination against the not white, that is characterized by a superficial politeness that camouflages attitudes and discriminatory behaviors, expressing in same level of personal relationships through informal attitudes. It is the typically Brazilian, polite racism, that manifests in private relations and are camouflaged in supposed public tolerance.