RAÍZES NEFASTAS DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO BRASIL: MEIO, RAÇA E NAÇÃO EM OLIVEIRA VIANNA (1920-1933)

Geosaberes

Endereço:
Campus do Pici - Departamento de Geografia - Pici
Fortaleza / CE
60440-900
Site: http://www.geosaberes.ufc.br
Telefone: (85) 3366-9855
ISSN: 2178-0463
Editor Chefe: Fábio de Oliveira Matos
Início Publicação: 01/01/2010
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Geografia

RAÍZES NEFASTAS DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO BRASIL: MEIO, RAÇA E NAÇÃO EM OLIVEIRA VIANNA (1920-1933)

Ano: 2018 | Volume: 9 | Número: 19
Autores: Diogo Marcal Cirqueira
Autor Correspondente: Diogo Marcal Cirqueira | [email protected]

Palavras-chave: oliveira vianna, meio, raça, discurso geográfico, nação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

 

O objetivo desse texto é analisar as discussões do pensador brasileiro Oliveira Vianna (1883-1951) sobre raça e meio na sociedade brasileira. Busca-se compreender como esse autor tenta equacionar os dois problemas que envolviam a formação de uma nação brasileira “desenvolvida” e “civilizada” no início do séc. XX; a população composta majoritariamente por “raça inferior” (leia-se, negros, indígenas e mestiços) e as determinações impostas pelo meio tropical tórrido e degenerador. Seguindo uma série de debates sobre um projeto de nação para o Brasil, que se inicia na formação da Primeira República e no pós-abolição e que chega até o Estado Novo, Vianna enxergava na resolução dos problemas da raça e do meio – pela “ciência moderna” – a única saída viável para o país. Acreditando na superioridade “ariana”, o autor enfatiza a necessidade de inserir no território brasileiro população proveniente da Europa. Produzindo um discurso geográfico, o autor estabelece discussões sobre a relação homem-meio e apresenta uma proposta de planejamento regional para a “alocação racional” dos “tipos arianos” nos diversos meios naturais brasileiros. É importante compreender o discurso geográfico de Vianna porque ele influencia uma série de geógrafos posteriores que buscaram discutir a população e o povo brasileiro.



Resumo Inglês:

The purpose of this paper is to analyze the discussions of the Brazilian thinker Oliveira Vianna (1883-1951) about race and environment in the Brazilian society. It seeks to understand how the author tries to equate the two problems involving a formation of a "developed" and "civilized" Brazilian nation at the beginning of 20th century: the population mostly composed by "inferior race" (blacks, Indians and mestizos) and the determinations imposed by the torrid and degenerating tropical environment. Participating of a series of debates on a national project for Brazil, which begins with the formation of the Primeira República [First Republic] and the post-abolition of slavery and that reaches the Estado Novo [New State], Vianna saw in the resolution of the race and environment issues - by "the modern science " - a viable way for the country. Believing in "aryan" superiority, the author emphasizes the need to insert in the Brazilian territory a population from Europe. Producing a geographical discourse, the author establishes discussions on the man-environment relationship and makes a proposal of a regional planning for the rational allocation of “aryans types” in the Brazilian natural regions. It is important to understand the Vianna’s geographical discourse because he later influenced a set of geographers who sought to discuss the regional differences and the population in Brazil.



Resumo Espanhol:

El objetivo de esta ponencia es analizar las discusiones del pensador brasileño Oliveira Vianna (1883-1951) sobre raza y medio en la sociedad brasileña. Se busca comprender cómo ese autor intenta ecuacionar los dos problemas que involucra la formación de una nación brasileña "desarrollada" y "civilizada" al inicio del s. XX; la población compuestam ayoritariamente por "raza inferior" (negros, indígenas y mestizos) y las determinaciones impuestas por el medio tropical tórrido y degenerador. Siguiendo una serie de debates sobre un proyecto de nación para Brasil, que se inicia en la formación de la Primera República y en la post-abolición de los esclavos y que llega hasta el Estado Nuevo, Vianna veía en la resolución de los problemas de la raza y del medio - por la "ciencia moderna "- la única salida viable para el país. Creyendo en la superioridad "aria", el autor enfatiza la necesidad de insertar en el territorio brasileño población proveniente de Europa. El autor establece discusiones sobre la relación hombre-medio y presenta una propuesta de planificación regional para la "asignación racional" de los "tipos ario" en los diversos medios naturales brasileños. Es importante comprender el discurso geográfico de Vianna porque influye en una serie de geógrafos posteriores que buscaron discutir la población y el pueblo brasileño.