A QUESTÃO DO TRABALHO NOS TERRITÓRIOS DE LUTA PELA TERRA E REFORMA AGRÁRIA: ACAMPAMENTOS MUNDO NOVO E BEZERROS

OKARA: Geografia em debate

Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Geografia, Departamento de Geociências
João Pessoa / PB
58900-000
Site: http://www.okara.ufpb.br
Telefone: (83) 32167742
ISSN: 1982-3878
Editor Chefe: Richarde Marques da Silva
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia

A QUESTÃO DO TRABALHO NOS TERRITÓRIOS DE LUTA PELA TERRA E REFORMA AGRÁRIA: ACAMPAMENTOS MUNDO NOVO E BEZERROS

Ano: 2009 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: Romina Baroni Cecato, Edvaldo Carlos de Lima
Autor Correspondente: Romina Baroni Cecato | [email protected]

Palavras-chave: Trabalho. Territorialização. Semi‐árido

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho tem como intuito a análise e a compreensão da luta pela
terra e pela reforma agrária, a partir dos acampamentos localizados em áreas
semi‐áridas e subúmidas secas, suscetíveis à desertificação dos Estados da Paraíba
e de Pernambuco. O trabalho de campo procurou estabelecer uma ponte entre a
realidade e os conceitos teóricos. De fato, devido à metodologia aplicada,
compreendemos que os acampamentos comparecem como o primeiro passo para
que a luta dos trabalhadores sem terra territorialize‐se. A territorialização, nesse
contexto, expressa‐se através do desenvolvimento do processo de luta pela
conquista da terra, a qual ocorre através das ocupações e do estabelecimento dos
acampamentos. Entende‐se que o trabalho é, indubitavelmente, compreendido
como a atividade desenvolvida pelos homens e mulheres que transformam a
natureza em meio de subsistência, assim como a necessidade natural e
permanente que medeia o metabolismo entre homem e natureza e, portanto, a
existência da sociedade. Desse modo, os trabalhadores rurais necessitam da terra
para produzir o mínimo que reclamam as suas necessidades materiais mais
prementes e, portanto, o indispensável à sua dignidade. Os acampamentos
visitados e analisados estão localizados em áreas semi‐áridas e subúmidas secas,
caracterizadas pela escassez da água, em boa parte do ano, e por solos
relativamente mais pobres do que os das demais zonas geoeconômicas do
Nordeste. De acordo com Carvalho & Egler (2003, p.22), no semi‐árido, as secas
continuam produzindo impactos negativos sobre as atividades humanas, tanto em
termos ambientais, quanto econômicos e sociais. Dessa maneira, os trabalhadores
rurais, além de enfrentarem todos os óbices que se colocam no caminho do
acesso à terra e ao trabalho, têm que encontrar alternativas para conviver com a
seca, encontrando os meios de prover sua subsistência.