Querem matar os ‘últimos Charruas’: Sofrimento social e ‘luta’ dos indígenas que vivem nas cidades

Revista ANTHROPOLÓGICAS

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ISSN: 15167372
Editor Chefe: Renato Monteiro Athias
Início Publicação: 31/12/1995
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

Querem matar os ‘últimos Charruas’: Sofrimento social e ‘luta’ dos indígenas que vivem nas cidades

Ano: 2011 | Volume: 22 | Número: 1
Autores: Ceres Gomes Víctora & Antonio Leite Ruas-Neto
Autor Correspondente: C.G.V. & A.L.R. | [email protected]

Palavras-chave: Antropologia da Saúde; sofrimento social; povos indígenas; indígenas nas cidades; Porto Alegre.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Partindo da Antropologia do Corpo e da Saúde, este artigo debate o sofrimento social corporificado nas experiências de um grupo de indígenas que vive em Porto Alegre, Brasil. Tomamos dados de pesquisa etnográfica desenvolvida entre indígenas da etnia Charrua, que, em busca dos seus direitos constitucionais, têm se envolvido numa rede burocrática de políticas e instituições gover-namentais as quais, por um lado, deveriam amenizar as suas difi-culdades, por outro, significam um permanente foco de tensões causadoras de enorme sofrimento. Concluímos, através da análise do que chamamos de paradoxo da água como vida e morte, que o sofrimento social é um fenômeno amplo que implica numa sobre-posição de tempos e no colapso das esferas individual e coletiva e das dimensões pública e privada da vida.



Resumo Inglês:

This study uses a Medical Anthropological approach to discuss the social suffering embodied in the experiences of a group of indigenous people living in Porto Alegre, Brazil. We draw on data from ethnographic research carried out among the Charruas, who have become entangled in a bureaucratic web of politics and governmental institutions in the pursuit of constitutional rights. We argue that, on one hand, contact with these institutions is an important resource to alleviate their difficulties, while on the other hand, it is a permanent source of intensified suffering. We conclude that social suffering is a wide phenomenon that brings together past, present and future. The expression “they want to kill the last Charruas” implies the confluence of those times, of individual and social spheres and of public and private dimensions of life.