Produtos naturais como ponto de partida para a descoberta de novas substâncias bioativas: Candidatos a fármacos com ação antiofídica, anticâncer e antiparasitária
Revista Virtual De Química
Produtos naturais como ponto de partida para a descoberta de novas substâncias bioativas: Candidatos a fármacos com ação antiofídica, anticâncer e antiparasitária
Autor Correspondente: Paulo R. R. Costa | [email protected]
Palavras-chave: quÃmica medicinal, produtos naturais, descoberta de novos fármacos, anticâncer, antiparasitário, antiofÃdico
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A experiência do Laboratório de QuÃmica Bioorgânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LQBâ€UFRJ®) no uso de produtos naturais abundantes como safrol, eugenol, e derivados, como matéria prima para a sÃntese de novos candidatos a fármacos com ação anticâncer, antiparasitária e antiofÃdica é descrita de forma breve.
Doze derivados do cumestano natural wedelolactone (entre eles três produtos naturais) e seis derivados do pterocarpano natural edunol foram sintetizados e estudados como antiofÃdicos. Dois cumestanos (LQBâ€34, LQBâ€93) e um pterocarpano (LQBâ€100) foram mais potentes e biosseletivos que os produtos naturais usados como referência, sendo ativos in vitro (efeito antiâ€hemorrágico e proteção muscular) e in vivo (camundongos) contra diferentes tipos de veneno.
O pterocarpano natural 4â€hidroximaackiana (LQBâ€79) e cinco derivados foram preparados e estudados em cultura de células de leucemia, incluindo com o fenótipo MDR (resistência a múltiplos fármacos). O produto natural (LQBâ€79) foi o mais potente e biosseletivo.
Quatorze substâncias possuindo uma nova arquitetura molecular (pterocarpanquinona) planejada por hibridização molecular da 4â€hidroximaackian, lapachol e calafungina, foram sintetizados e avaliados como anticancerÃgenos e antiparasitários. Estas pterocarpanoquinonas mostraram ser mais ativas e biosseletivos que LQBâ€79 em linhagens de células de leucemia, câncer de mama e pulmão, e frente ao Plasmodium falciparum e a Leishmania amazonensis em cultura. Uma entre estas substâncias, LQBâ€118, foi ativa em camundongos infectados (lesão cutânea na pata) por Leishmania amazonensis.