PREFÁCIO AO TERCEIRO VOLUME DA REVISTA DIÁLOGOS, NÚMERO 4: “O ALIENISTA”

REVISTA DIÁLOGOS DO DIREITO

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ISSN: 23162112
Editor Chefe: Angela Kretschmann
Início Publicação: 30/11/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Direito

PREFÁCIO AO TERCEIRO VOLUME DA REVISTA DIÁLOGOS, NÚMERO 4: “O ALIENISTA”

Ano: 2013 | Volume: 3 | Número: 4
Autores: Angela Kretschmann
Autor Correspondente: A. Kretschmann | [email protected]

Palavras-chave: prefácio, o alienista, revista diálogos do direito

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A publicação da Revista Diálogos (v. 3, n. 4) apresenta neste primeiro volume de 2013 um intenso diálogo inspirado na obra O Alienista, de Machado de Assis. A obra permite as mais variadas comparações, que longe de parecerem forçadas, revelam-se antes como instrumento extremamente útil de crítica atual do status quo, nas mais variadas disciplinas. Com base no texto machadiano, é possível transpor para a Casa de Orates o nosso Direito Processual, nossos Direitos Humanos, nossa Política, nossos direitos de autor, nosso direito penal, e todos os outros, pois se para alguma área o texto não admite inserção, certamente clarifica mazelas que muitas vezes insistem em uma legitimação “racional”, que na realidade, nos dias de hoje, não mais se justifica. Os textos que seguem esclarecem muito bem essa questão. De um modo ou de outro, todos chegam a atacar os excessos da racionalidade e os perigos de se eleger um padrão “racional” que possa dirigir o “certo” e expulsar o “errado”.

A Revista é lançada em um momento de grande importância histórica para o Brasil. Num momento em que o Brasil resolveu, por meio de grande parte da população, ir para as ruas em todo o país e inclusive no exterior, manifestando seu desagrado por tantas décadas de maus serviços públicos prestados pelos governantes. Vê-se uma gradual e subliminar legitimação da roubalheira, da corrupção, que com o tempo foi, lamentavelmente, tornando-se ostensiva. Foi demais para um povo cansado, sofrido, e que tem sim, quem disse que não, orgulho de ser brasileiro.

Por tudo isso, esta é uma edição que também presta homenagem a um Brasil que se “não acorda porque não estava dormindo”, é de todo modo um Brasil que se movimenta, que discute, critica, e que não aceita os “diagnósticos” e remedinhos que sempre foram empurrados de cima para baixo. O Brasil diz “chega!” justamente no momento em que os políticos (todos! - desde vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e à Presidente) acreditavam que o povo comemoraria com a Copa. Quem diria que o povo iria às ruas dizer que basta de “pão” (bolsas de todos os tipos) e “circo” (hospitais, e não mais estádios!).
Um hospital, mas não com médicos como o Dr. Simão Bacamarte – e nem um hospital como o que foi proposto pelo personagem de Machado de Assis! Na realidade, o que vemos é um povo gritando para que se coloque todo político numa Casa de Orates, e que se deixe o povo livre para contar suas mágoas. Livre para construir verdadeiramente seu futuro, livre principalmente de falsos profetas, falsas promessas, falsas imagens, falsas verdades. A presente obra gira, pois, em meio a tais protestos, sobre muitas falsas verdades, que merecem desvelamento.