Povo Desenvolvido é Povo Limpo: Propaganda e saúde no Brasil nos “anos de chumbo”

Locus

Endereço:
Rua José Lourenço Kelmer - Campus Universitário - São Pedro
Juiz de Fora / MG
36036-330
Site: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/
Telefone: (55) 3221-0231
ISSN: 1413-3024
Editor Chefe: Leandro Pereira Gonçalves
Início Publicação: 01/01/1995
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Povo Desenvolvido é Povo Limpo: Propaganda e saúde no Brasil nos “anos de chumbo”

Ano: 2020 | Volume: 26 | Número: 2
Autores: Keila Auxiliadora Carvalho
Autor Correspondente: Keila Auxiliadora Carvalho | [email protected]

Palavras-chave: Ditadura,Propaganda,Desenvolvimento,Saúde

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo analisar a relação entre propaganda e saúde nos “anos de chumbo”, especificamente no ano de 1972 quando a ditadura encenava o ápice da repressão política no Brasil, sob o governo do general Emílio Garrastazu Médici. O foco da análise serão os três primeiros filmetes da campanha “Povo desenvolvido é povo limpo”, criada pelo publicitário Ruy Perotti Barbosa da Linxfilm e lançada pela Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP). A partir desses filmes será possível fazer reflexões sobre as relações entre ditadura e o campo da saúde, sobretudo, os aspectos de continuidade de certa concepção individualizante, que considera o sujeito como responsável pelo seu próprio bem estar. Com tal concepção, a AERP empreendeu uma campanha de higiene que, de modo mais amplo, funcionou como propaganda de divulgação do projeto modernizador da ditadura civil-militar, pois, suprimiu a palavra saúde e atrelou os princípios de higiene à noção de desenvolvimento.



Resumo Inglês:

This article aims to analyze the relationship betweenadvertising and health in the “lead years”, specifically in the year 1972 when the dictatorship staged the peak of political repression in Brazil, under the government of general Emílio Garrastazu Médici. The main purpose will be the analyses of the short films of the campaign -“Povo desenvolvidoé povo limpo” -produced by the advertising executive Ruy Perotti Barbosa of Linxfilm company and released by the Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP). Departing from these movies will be possible to reflect upon the relationships between the Dictatorship and the field of public health, above all, the aspects of continuity of a certain individualizing conception, which considers the subject as responsible for his own well-being.With this conception, AERP launched a hygiene campaign that, more broadly, functioned as propaganda for the dissemination of the modernizing project of the civil-military dictatorship. It deleted the word health and linked the principles of hygiene to the notion of development.

Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo analizar la relación entre publicidad y salud en los “años de plomo”, específicamente en 1972, cuando la dictadura protagonizó el pico de la represión política en Brasil, bajo el gobierno del general Emílio Garrastazu Médici. El enfoque del análisis serán las tres primeras películas de la campaña “Povo desenvolvido é povo limpo”, creada por el publicista Ruy Perotti Barbosa de Linxfilm y lanzada por la Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP). A partir de estas películas, será posible reflexionar sobre la relación entre la dictadura y el campo de la salud, sobre todo, los aspectos de continuidad de una determinada concepción individualizadora, que considera al sujeto como responsable de su propio bienestar. Con esta concepción, AERP lanzó una campaña de higiene que, en términos más generales, funcionó como propaganda para la difusión del proyecto de modernización de la dictadura civil-militar. Suprimió la palabra salud y vinculó los principios de higiene con la noción de desarollo.