O presente artigo tem como objetivo analisar a emergência da identidade do grupo religioso afro-brasileiro na esfera pública. Baseado em uma análise da Audiência Pública ocorrida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em setembro de 2017, busca-se discutir os processos de construção de uma identidade afro-religiosa nos quais tradição, ancestralidade e intolerância religiosa ocupam um lugar de destaque. Nesse sentido, povo de terreiro, comunidades tradicionais de matriz africana e povo de axé são interpretados como categorias identitárias que abarcam tanto a heterogeneidade do campo religioso afro-brasileiro como a diversidade de perfil de seus praticantes.