Objetivo: Verificar o uso da polimedicação em usuários de varfarina e sua associação com variáveis clínicas. Métodos: estudo transversal, com usuários de varfarina, de ambos os sexos. Para a coleta dos dados foi utilizado questionário estruturado, com perguntas abertas e fechadas, sobre dados socioeconômicos, clínicos e aspectos relacionados à farmacoterapia (reações adversas, interações medicamentosas, índices de pressão arterial sistêmica, valores de glicemia de jejum, prática de automedicação, sobrepeso, episódios de sangramento e de tromboembolismo). Resultados: a média de idade dos participantes foi de 69,1 ± 13,6 anos, maioria do sexo feminino (64,6%), casado (43,8%), e de etnia branca (85,4%). Quanto a escolaridade, 41,7% cursaram ensino fundamental incompleto. Os pacientes polimedicados totalizaram 89,6%, e os pacientes em uso de dez ou mais medicamentos, 31,3%. A média de medicamentos foi 8,2 ± 3,5 fármacos/paciente. Ocorreu associação entre polimedicação, ocorrência de reações adversas (94,7% vs 5,3%; p = 0,042) e o número de potenciais interações medicamentosas, totais (8,9 ± 5,0 vs 1,2 ± 1,6; p = 0,001) e graves (3,1 ± 2,4 vs 0,4 ± 0,6; p = 0,017). As demais variáveis estudadas não foram associadas com a polimedicação. Conclusão: os resultados demonstraram interferência negativa da polimedicação na ocorrência de reações adversas, e nas potenciais interações medicamentosas totais e graves. Há necessidade de conhecer o impacto destas variáveis no paciente anticoagulado polimedicado para o planejamento de estratégias de redução de riscos e para a otimização dos benefícios.
Objective: To verify the use of polymedication in warfarin users and its association with clinical variables. Methods: cross-sectional study, with warfarin users, of both sexes. For data collection, a structured questionnaire was used, with open and closed questions, on socioeconomic, clinical data and aspects related to pharmacotherapy (adverse reactions, drug interactions, systemic blood pressure indexes, fasting glucose values, self-medication practice, overweight, bleeding episodes and thromboembolism). Results: the average age of the participants was 69.1 ± 13.6 years, mostly female (64.6%), married (43.8%), and white (85.4%). As for education, 41.7% attended incomplete elementary school. Polymedicated patients totaled 89.6%, and patients using ten or more medications, 31.3%. The average number of medications per patient was 8.2 ± 3.5. There was an association between polymedication, occurrence of adverse reactions (94.7% vs 5.3%; p = 0.042) and the number of potential drug interactions, total (8.9 ± 5.0 vs 1.2 ± 1.6; p = 0.001) and severe (3.1 ± 2.4 vs 0.4 ± 0.6; p = 0.017). The other variables studied were not associated with polymedication. Conclusion: the results showed negative interference from polymedication in the occurrence of adverse reactions, and in the potential total and serious drug interactions. There is a need to know the impact of these variables on the polymedicated anticoagulated patient to plan risk reduction strategies and to optimize benefits.