A polêmica (sobre a) internacionalização de Machado de Assis

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

A polêmica (sobre a) internacionalização de Machado de Assis

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 26
Autores: Lohanna Machado
Autor Correspondente: L. Machado | [email protected]

Palavras-chave: internacionalização de Machado de Assis, crítica nacional e internacional, literatura periférica, leituras em competição, Roberto Schwarz

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A recepção crítica da obra de Machado de Assis fora do Brasil tem gerado polêmicas e mal-estares entre crítica nacional e internacional desde as primeiras manifestações do interesse estrangeiro. Um exemplo incontornável e seminal é a descoberta do narrador não confiável na leitura de Dom Casmurro por Helen Caldwell, corrigindo cerca de seis décadas de produção crítica brasileira a respeito do romance e aprofundando o entendimento da obra da “segunda fase” como um todo. Conquanto possam existir satisfações vaidosas (ou sentimentos de justiça) por ver este mestre periférico eleito à condição de cânone da literatura mundial, são as condições desiguais desta inserção, e mesmo sua esterilidade, a matéria da qual se alimentou uma das polêmicas mais recentes sobre os caminhos e descaminhos da obra de Machado de Assis fora de sua circunscrição nacional. A polêmica sobre a qual este artigo se dedica decorreu entre 2002 e 2009 e teve como protagonistas Michael Wood, Roberto Schwarz e Abel Barros Baptista, mas defendo a inserção de um quarto crítico, embora este tenha passado ao largo desta polêmica específica. Trata-se de John Gledson cujo conteúdo das preocupações enquanto especialista inglês em Machado de Assis e suas relações estreitas com os outros três críticos tornam-no uma peça importante de contraponto a posições que parecem, por vezes, irreconciliáveis.



Resumo Inglês:

The critical reception of Machado de Assis‟s works outside Brazil has conceived controversies and discomforts between the national and international critic since the first signs of foreign interest. An unescapable and seminal example is the discovery, by Helen Caldwell, of the unreliable narrator in Dom Casmurro, correcting about six decades of Brazilian critical works about this romance and deepening the understanding of all works of Machado de Assis‟s “second phase”. Although may exist vain satisfactions (or a need for justice) by seeing this peripheral master chosen to be part of the world literature‟s canon, the unfair conditions of this insertion, and even its sterility, is the subject of one of the most recent struggles about the paths and detours of Machado de Assis‟s works out of its national circumscription. The controversy this article studies passes between 2002 and 2009 and has as main characters Michael Wood, Roberto Schwarz and Abel Barros Baptista, but I stand up for the insertion of a fourth critic, although this one has pass outside the center of this specific controversy. It‟s John Gledson which the content of his worries as an English specialist in Machado de Assis and his narrows relations with the other three critics make him an important piece of counterpoint to positions that seem, sometimes, unconciliable.