PESCA E GÊNERO: RECONHECIMENTO LEGAL E ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES NA “COLÔNIA Z3” (PELOTAS/RS - BRASIL)

Vivência: Revista de Antropologia

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Telefone: (84) 3342-2240
ISSN: 2238-6009
Editor Chefe: Julie Antoinette Cavignac
Início Publicação: 07/05/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

PESCA E GÊNERO: RECONHECIMENTO LEGAL E ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES NA “COLÔNIA Z3” (PELOTAS/RS - BRASIL)

Ano: 2016 | Volume: 1 | Número: 47
Autores: L. Hellenbrandt, C. Rial, M. R. F. A. Leitão
Autor Correspondente: L. Hellenbrandt | [email protected]

Palavras-chave: Conflitos na pesca, Gênero e pesca, Seguro defeso para mulheres

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A comunidade pesqueira “Colônia Z3”, no estado do Rio Grande do Sul, está localizada no estuário de uma das maiores lagunas costeiras do mundo, a Lagos dos Patos. Lá, como em diversas outras comunidades pesqueiras que exercem a pesca em pequena escala, a participação das mulheres é de extrema relevância. Na cadeia produtiva da pesca, as mulheres da Colônia Z3 atuam em todas as etapas, mas, sobretudo, no processamento de pescados, e essa atuação concentrada em uma etapa de pós-captura é alvo de discussões sobre o reconhecimento legal das atividades executadas por mulheres. O texto apresentado aqui expõe uma situação ocorrida no ano de 2011 na região de estudo. Na ocasião, por um entendimento errôneo do Ministério do Trabalho e Emprego, o pagamento de seguro defeso às mulheres envolvidas na atividade pesqueira da região foi suspenso, trazendo à tona um conflito de gênero no âmbito da gestão pesqueira. Com registros da época do ocorrido, a situação é exposta aqui, mas o texto avança no sentido de averiguar as estratégias adotadas pelas mulheres para garantir a renda advinda do benefício, utilizando para isto, entrevistas realizadas com mulheres de uma das comunidades pesqueiras da região, a Colônia Z3, no município de Pelotas. Apesar da situação calamitosa ocorrida em 2011, destacamos a possibilidade de que possa ter ocorrido um ponto de virada para a comunidade, uma vez que, a partir da percepção de vulnerabilidade em que se encontravam, algumas mulheres da comunidade se organizaram em uma cooperativa. Desta forma, as discussões apresentadas evidenciam um conflito de gênero na pesca que reforça a invisibilidade do trabalho executado por elas na cadeia produtiva da pesca e a dificuldade de reconhecimento por parte do Estado, contribuindo para os estudos sobre pesca e gênero.