Perfil de mulheres admitidas em uma UTI obstétrica por causas não obstétricas
Revista Da Associação Médica Brasileira
Perfil de mulheres admitidas em uma UTI obstétrica por causas não obstétricas
Autor Correspondente: Marta de Andrade Lima Coêlho | [email protected]
Palavras-chave: Estudos de coortes, unidades de terapia intensiva, mortalidade materna, obstetrÃcia.
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Objetivo: Caracterizar pacientes admitidas durante o ciclo gravÃdico-puerperal por causas não obstétricas
na unidade de terapia intensiva (UTI) obstétrica de um Hospital Terciário no Nordeste do Brasil.
Métodos: Realizou-se um estudo descritivo, analisando as participantes de um estudo de coorte ambidirecional
entre janeiro de 2005 e outubro de 2010. Foram incluÃdas 500 pacientes admitidas durante
o ciclo gravÃdico-puerperal por causas não obstétricas em uma UTI Obstétrica no Nordeste do Brasil,
excluindo-se os casos de doença trofoblástica gestacional (DTG), prenhez ectópica, óbito ou internamento
na UTI com tempo inferior a 24 horas e falta de condições de assinar o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE). Foram analisadas as variáveis biológicas, sociodemográficas, obstétricas e clÃnicas.
A análise estatÃstica foi realizada no programa Epi-Info 3.5.3. Resultados: Entre 5.078 internamentos
obstétricos no setor, 500 pacientes (9,8%) foram por causas não obstétricas. A média de idade foi 25,9
anos, houve predominância de mulheres pardas (68,9%), e o IMC médio foi de 27,5. Em 79,9% dos casos,
as mulheres tinham companheiro, e escolaridade acima de oito anos de estudo foi constatada em 49,2%.
Os principais diagnósticos clÃnicos observados no momento do internamento na UTI foram cardiopatia,
trombose venosa profunda (TVP), infecção do trato urinário (ITU), asma, edema agudo de pulmão
(EAP) e pneumonia comunitária. Acesso central foi usado em 10,2% das pacientes, 11% foram submetidas
à ventilação mecânica e 20,4%, à transfusão, tendo o óbito ocorrido em 4,0%. Conclusão: Mulheres
admitidas na UTI obstétrica por causas não obstétricas representam parcela significativa das pacientes
do setor. São mulheres jovens; e os principais diagnósticos de admissão foram doenças cardiovasculares,
respiratórias e infecciosas, verificando-se uma letalidade de 4,0%.
Resumo Inglês:
Objective: To characterize patients admitted during the pregnancy-puerperal cycle for non-obstetric
causes in the obstetric intensive care unit (ICU) of a tertiary hospital in northeastern Brazil. Methods:
A descriptive study, analyzing the participants from a bidirectional cohort study was conducted between
January 2005 and October 2010. A total of 500 patients admitted during the pregnancy-puerperal cycle
due to non-obstetric causes in an obstetric ICU in northeastern Brazil were included; cases of gestational
trophoblastic disease (GTD), ectopic pregnancy, death or ICU stay lasting < 24 hours, and lack of signed
informed consent form (ICF) were excluded. The biological, socio-demographic, obstetric, and clinical
variables were analyzed. Statistical analysis was performed using Epi-Info 3.5.3. Results: Of 5,078 obstetric
admissions in the service, 500 patients (9.8%) were due to non-obstetric causes. The mean age was
25.9 years, the predominant ethnicity was mixed-race (68.9%), and mean BMI was 27.5. In 79.9% of cases,
women had a partner, and schooling over eight years was observed in 49.2%. The main clinical diagnoses
seen at ICU admission were heart disease, deep vein thrombosis (DVT), urinary tract infection (UTI),
asthma, acute pulmonary edema (APE), and community-acquired pneumonia (CAP). Central access was
used in 10.2% of patients, 11% were on mechanical ventilation, 20.4% received blood transfusions, and
4.0% of the patients died. Conclusion: Women admitted at the obstetric ICU due to non-obstetric causes
represent a significant number of patients in this sector. They are mostly young women, and the main
admission diagnoses were cardiovascular, respiratory, and infectious diseases, with a fatality rate of 4%.