PERCEPÇÕES DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

SANARE - Revista de Políticas Públicas

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ISSN: 2317-7748
Editor Chefe: Maria Socorro de Araújo Dias
Início Publicação: 30/11/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

PERCEPÇÕES DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Ano: 2016 | Volume: 15 | Número: 2
Autores: Í. M. Q. Maia, N. Goya
Autor Correspondente: Í. M. Q. Maia | [email protected]

Palavras-chave: Sistema Único de Saúde; Atenção primária à saúde; Saúde da família; Residência

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em 2013, a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) fez sua primeira seleção para a Residência Integrada em Saúde (RIS) em
Fortaleza e em 23 municípios do estado. Ofertou 4 programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS), com destaque
para a Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC), voltada à formação com ênfase na organização
da atenção primária à saúde (APS), que ainda constitui um desafio no Brasil. Este estudo, de abordagem qualitativa, analisou
as percepções de profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) na RMSFC e suas implicações nas práticas de trabalho de 5
equipes de saúde em Horizonte-CE. Foram utilizados questionários e entrevistas para a coleta de dados e o método de análise
adotado foi a hermenêutica-dialética. O estudo apontou que a inserção dos residentes agregou serviços à unidade básica de saúde
(UBS), reduzindo o deslocamento do usuário e ampliando a resolutividade da APS; potencializou a integralidade da assistência por
meio da educação em saúde; e fortaleceu a escuta e o vínculo entre profissionais e usuários. Contudo, durante a mudança da área
de atuação dos residentes, foram observadas fragilidades na gestão municipal, que oferta serviços com base na disponibilidade do
profissional da saúde, o que prejudica a população em sua ausência. Aponta-se a necessidade de discutir tal realidade, cada vez
mais comum nos cenários de prática da RMSFC, dado o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), pondo em risco sua
potência formativa para a organização da APS e a qualificação da assistência.



Resumo Inglês:

In 2013, the Public Health School of Ceará (ESP-CE), Brazil, held its first selection for the Integrated Health Residency (IHR) in
Fortaleza and in 23 municipalities within the state. It has made available 4 Multiprofessional Health Residency (MHR) programs,
where the Multiprofessional Residency in Family and Community Health (MRFCH) stands out, aimed at training with an emphasis
on the organization of primary health care (PHC), which is still a challenge in the country. This study, using a qualitative
approach, analyzed the perceptions of professionals from the Family Health Strategy (FHS) of the MRFCH and their implications
on the working practices of 5 health teams in Horizonte, Ceará, Brazil. Questionnaires and interviews were used to collect data
and the analytical methods adopted were hermeneutics and dialectics. The study showed that the insertion of residents has
added services to a primary health facility (PHF), decreasing the distance travelled by a user and increasing the problem-solving
capability of PHC; it potentiated comprehensive care through health education; and this strengthened listening and the bond
between professionals and users. However, during the change of residents’ working area, pitfalls were observed in municipal
management, which offers services based on the health professionals’ availability, something which affects the population in
their absence. We point out the need to discuss this reality, increasingly common in settings where the MRFCH is put into practice,
given the underfunding by the Brazilian National Health System (SUS), endangering its development potential for organizing PHC
and improving the quality of care.



Resumo Espanhol:

En 2013, la Escuela de Salud Pública de Ceará (ESP-CE), Brasil, celebró su primera selección para la Residencia Integrada en Salud
(RIS) en Fortaleza y en 23 municipios del estado. Se han realizado 4 programas de Residencia Multiprofesional en Salud (RMS),
donde se destaca la Residencia Multiprofesional en Salud de la Familia y la Comunidad (RMSFC), dirigida a la formación con
énfasis en la organización de la atención primaria de salud (APS), que sigue siendo un desafío en el país. Este estudio, utilizando
un abordaje cualitativo, analizó las percepciones de profesionales de la Estrategia Salud de la Familia (ESF) en la RMSFC y sus
implicaciones a las prácticas de trabajo de 5 equipos de salud en Horizonte, Ceará, Brasil. Se utilizaron cuestionarios y entrevistas
para la recogida de datos y los métodos de análisis adoptados fueron la hermenéutica y la dialéctica. El estudio mostró que la
inserción de residentes ha añadido servicios a un centro de atención primaria (CAP), con disminución de la distancia recorrida
por un usuario y aumento de la capacidad de resolución de problemas de la APS; se potenció la atención integral mediante la
educación en salud; y se fortaleció la escucha y el enlace entre profesionales y usuarios. Sin embargo, durante el cambio de área
de residentes, se observaron debilidades en la gestión municipal, que ofrece servicios basados ​​en la disponibilidad del profesional
de salud, lo que afecta a la población en su ausencia. Se señala la necesidad de discutir esta realidad, cada vez más común en
los escenarios de práctica de la RMSFC, dada la falta de financiación por el Sistema Único de Salud (SUS) de Brasil, poniendo en
peligro su potencial de desarrollo para la organización de la APS y la calificación de la atención.