É uma imagem celestial. Não dessas caricaturadas, mas há densidade de nuvens e fumaças suficiente para se saber que estamos assistindo a uma cena num outro plano. Pessoas negras estão reunidas numa espécie de assembleia e o assunto é grave. Do centro, vê-se uma mulher decidida mediando a discus-são. A pauta: dar o aval para a guerra ou mais alguns séculos de chances para a conciliação. Enquanto conversam, imagens ao vivo da Terra são transmitidas. As horas, convertidas em minutos, passam a segundos frenéticos. Não se consegue computar o número de corpos negros aviltados no planeta por qualquer medição de tempo apreensível. O calor dos argumentos pacifistas vai se perdendo diante de uma realidade tão extremada. O placar a favor da guerra dispara. Um participante faz então uma proposta que chama atenção do grupo. Propõe que se mobilizem alguns seres para dar um alerta final, uma última chance para que o conflito não se deflagre sem a possibilidade de retorno. O debate acelera novamente. A paciência com o discurso do perdão e da outra face está esgotada no recinto. A demanda é por uma solução definitiva para o problema.