A presente pesquisa se propõe a analisar de que modo o conceito dramatúrgico de peça-paisagem de Gertrude Stein, criado na década de 1930, pode ser relacionado ao conceito de paisagem sonora de Raymond Murray Schafer, criado, por sua vez, no fim dos anos 1970. Por meio da revisão das ideias de Stein acerca do teatro do seu tempo, do estudo da sua proposta dramatúrgica própria, das características gerais presentes nos seus textos, e da análise de trecho de uma de suas peças, foi possível verificar a grande importância que a autora dava à sonoridade do que escrevia para tornar possível a construção de instigantes ambientes sônicos por meio da enunciação verbal na cena teatral. Também foi verificada a frequente aproximação dos textos de Gertrude Stein com o aspecto de ruído conforme descrito por Raymond Murray Schafer, apontando para a possibilidade de recepção de suas peças através de um hedonismo do som destituído de qualquer significado semântico.
The present research aims to analyze how Gertrude Stein’s dramaturgical concept of landscape play, created in the 1930’s, can be related to Raymond Murray Schafer’s concept of soundscape, which was created, on the other hand, in the late 1970’s. By reviewing Stein’s ideas about the theatre of her time, by studying her own dramaturgical proposition, by examining the general characteristics shown on her texts, and by analyzing an excerpt of one of her plays, it was possible to certify the great importance that the author gave to the sonority of what she wrote to make the building of thought-provoking sonic
environments possible through verbal enunciation on the theater stage. We were also able to verify a frequent similarity between Gertrude Stein’s texts and the aspect of noise as described by Raymond Murray Schafer, bringing to the possibility of the reception of her plays through the pleasure of sound regardless semantics.