O presente trabalho pauta-se na relação simbiótica existente entre a Sétima Arte, isto é, o Cinema, e a vida real. Os filmes, além de seu caráter de entretenimento, são uma forma de retratar, de maneira figurada, a presença de problemas na sociedade. Não à toa, o realismo brasileiro, no plano das obras cinematográficas, destinou-se, tal qual no movimento literário, a tecer apontamentos acerca das inúmeras intempéries observadas no contexto social. É nesse viés que “Brincando nos campos do senhor” nasce. Ao tratar da temática indígena e da ingerência do Estado e da sociedade na preservação dos direitos desse povo, Hector Babenco explora as mazelas advindas dessas posturas. “Brincando nos campos do senhor” é, portanto, película que, do ponto de vista semiótico, contribui imensamente nas discussões a respeito da realidade enfrentada pelos indígenas no Brasil, sobretudo quanto à interferência externa em seu espaço e em relação ao desrespeito aos direitos constitucionalmente garantidos a esses sujeitos.