Este artigo sintetiza o resultado da minha pesquisa de mestrado realizada entre 2004 e 2006. Desvelar as complexas trajetórias de inserção profissional,sustentada no pensamento dos autores com os quais no texto dialogo, constitui o foco central do meu percurso investigatório, porque creio ser um ponto de partida para a possibilidade de mudança rumo à inclusão social. A historicidade e a contradição constituem o viés desta pesquisa qualitativa, com enfoque na técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, sob orientação teórico-metodológica de F. Lefèvre e A.M. Lefèvre (2003). Do olhar aguçado nas trajetórias familiares e pessoais de escolaridade e ocupações profissionais resultam discursos que demarcam identidades, preconceitos e obstáculos provocadores de (des)continuidades. Da pesquisa resultam quatro reflexões: 1. as marcas do contexto social-cultural-econômico-histórico nas trajetórias de inserção profissional; 2. a relação da escola técnica nos processos de inserção profissional; 3. os elementos que circunscrevem a influência da faixa-etária no processo de inserção profissional; 4. a influência do gênero no Curso de Eletrotécnica. Focalizo um homem circunscrito por ideologias/crenças engendradas por seu contexto sócio-econômico-cultural, o habitus (BOURDIEU, 1988, 1997, 2001). Elucido processos de socialização que marcam trajetórias de profissionalização, um percurso não-linear, como preconizou a Teoria do Capital Humano.