A clínica psicológica, ainda hoje, pode ser prejudicial no trabalho com pacientes surdos, como em intervenções em terapia cognitivo-comportamental (TCC) com minorias sociais que enfoquem apenas o nível individual da opressão. Esta revisão de escopo tem como objetivo mapear publicações que apresentem orientações práticas para a psicoterapia na abordagem da TCC, incluindo também orientações de terapias afirmativas no atendimento à população surda ou com baixa audição. Este estudo foi conduzido com base no modelo proposto pela checklist PRISMA. Foram selecionados 16 artigos, sendo seis relacionados a TCC e surdez e 10 sobre terapias afirmativas e práticas culturalmente embasadas a essa população. A maioria dos estudos foca na adaptação do tratamento, destacando a importância de o terapeuta conhecer a cultura surda, ter fluência em língua de sinais, adaptar materiais escritos e utilizar recursos visuais e práticos. O estigma enfrentado por minorias sociais deve ser compreendido como um processo social, associado a estruturas de poder e dominação, o que resulta na invisibilização e na dificuldade de acesso à saúde. A dificuldade de acesso à saúde, incluindo tratamentos psicológicos adequados, exemplifica a violência estrutural sofrida pelas pessoas surdas. Dessa maneira, ressalta-se a importância de ser um terapeuta com práticas culturalmente sensíveis.
Even today, clinical psychology can be harmful when working with deaf clients, such as in CBT interventions with social minorities that focus only on the individual level of oppression. This scoping review aims to investigate publications that present practical guidelines for psychotherapy in the CBT approach, also including guidelines from affirmative therapies, in the treatment of the deaf or hard-of-hearing population. The scoping review was conducted using the model proposed by the PRISMA checklist. Sixteen articles were selected, 6 related to CBT and deafness and 10 related to affirmative therapies and culturally based practices for this population. Most studies focus on treatment adaptation, highlighting the importance of the therapist knowing the deaf culture, being fluent in sign language, adapting written materials and using visual and practical resources. The stigma faced by social minorities must be understood as a social process, associated with structures of power and domination, which results in invisibility and difficulty in accessing health care. The difficulty in accessing health care, including adequate psychological treatments, exemplifies the structural violence suffered by deaf people. In this way, the importance of being a therapist with culturally sensitive practices is highlighted.
Aún hoy, la clínica psicológica puede ser perjudicial en el trabajo con clientes sordos, como en las intervenciones de TCC con minorías sociales que se centran únicamente en el nivel individual de opresión. Esta revisión de escopo tiene como objetivo mapear publicaciones que presentan orientaciones prácticas para la psicoterapia en el enfoque de TCC, incluyendo también prácticas de terapias afirmativas para atender a la población sorda. Esta revisión se realizó utilizando el modelo propuesto por el checklist PRISMA. Fueron seleccionados 16 artículos, 6 relacionados con la TCC y la sordera y 10 sobre terapias afirmativas y prácticas con base cultural para esta población. La mayoría de los estudios se centran en la adaptación del tratamiento, destacando la importancia de el terapeuta conocer la cultura sorda, dominar el lenguaje de señas, adaptar materiales escritos y usar recursos visuales y prácticos. El estigma que enfrentan las minorías sociales debe entenderse como un proceso social, asociado a estructuras de poder y dominación, que resulta en invisibilidad y dificultad de acceso a salud. La dificultad de acceso, incluidos tratamientos psicológicos adecuados, ejemplifica la violencia estructural que sufren las personas sordas. Así, se resalta la importancia de ser un terapeuta con prácticas culturalmente sensibles.