Organizações Indígenas na Amazônia Brasileira: um rápido sobrevôo

Ponto Urbe

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ISSN: 19813341
Editor Chefe: Profª. Drª. Silvana de Souza Nascimento
Início Publicação: 06/08/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia

Organizações Indígenas na Amazônia Brasileira: um rápido sobrevôo

Ano: 2010 | Volume: 2 | Número: 8
Autores: Marcio Silva
Autor Correspondente: Marcio Silva | [email protected]

Palavras-chave: organizações indígenas, Amazônia brasileira, políticas públicas, participação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Amazônia brasileira abriga uma paisagem sociológica marcada por uma notável heterogeneidade cultural e linguística e por processos históricos com muitas peculiaridades locais. Neste cenário emergiram nas últimas décadas 347 organizações indígenas, segundo estimativas feitas em 2000. Grande parte dessas organizações está primordialmente voltada à captação de recursos externos para projetos de desenvolvimento, programas de proteção das terras e dos recursos naturais e prestação de serviços de assistência à saúde. No que concerne às suas ambições políticas, muitas se definem como porta-vozes de comunidades, regiões ou povos indígenas específicos, enquanto outras congregam segmentos profissionais ou sociais distintos, tais como professores, agentes de saúde, estudantes, mulheres etc.. Curiosamente, toda essa diversidade não parece refletir-se nas configurações e dinâmicas internas dessas organizações que, com poucas exceções, vieram a adotar fielmente o modelo institucional das associações civis, prescritas na legislação brasileira. Além disso, suas pautas de reivindicação têm revelado uma notável recorrência conceitual e discursiva. Este artigo visa explorar questões que este panorama formula para uma antropologia da ação.



Resumo Inglês:

The Brazilian Amazon is a sociological landscape of notable cultural and linguistic variability within which broad historical trends are refracted through a patchwork of unique micro-histories. Over the past decades, some 347 indigenous organizations have emerged from this heterogeneous setting according to estimates in 2000. The majority of these organizations were formed with the aim of attracting funding for local development, safeguarding natural resources and territory, and for healthcare. In defining their sphere of political activity, many organizations represent themselves as the public spokespersons for communities, regions or specific peoples, while others are composed of specific social or occupational categories, such as teachers, health agents, students, women, etc. However, this diversity is not reflected in the formal configuration and some internal dynamics of these organizations which, with few exceptions, have adhered to the institutional model for civic associations prescribed in Brazilian legislation. In the same vein, the agenda for action and demands of most groups reveal a striking conceptual and discursive uniformity. The present paper aims to explore some questions this panorama presents for an applied anthropology.