Organização das memórias e patrimônios culturais LGBTQIAPN+ sob a perspectiva da desclassificação

Em Questão

Endereço:
Rua Ramiro Barcelos 2705, sala 519
Porto Alegre / RS
90035 007
Site: http://seer.ufrgs.br/EmQuestao
Telefone: (51) 3308-2141
ISSN: 1808-5245
Editor Chefe: Samile Andréa de Souza Vanz
Início Publicação: 01/01/1986
Periodicidade: Quinzenal
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Ciência da informação

Organização das memórias e patrimônios culturais LGBTQIAPN+ sob a perspectiva da desclassificação

Ano: 2024 | Volume: 30 | Número: Não se aplica
Autores: Luís Fernando Vanin, Rodrigo de Sales
Autor Correspondente: Luís Fernando Vanin | [email protected]

Palavras-chave: organização do conhecimento, desclassificação, memória, cultura LGBTQIAPN , patrimônios culturais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O campo da organização do conhecimento, inserido na área da Ciência da Informação, se dedica ao desenvolvimento de fundamentos e técnicas de seleção, organização, armazenamento, comunicação e recuperação dos documentos que transmitem saberes e informações, capazes de gerar novos conhecimentos. Via de regra, a organização do conhecimento se faz a partir de categorias preestabelecidas por uma determinada cultura hegemônica e totalizante, mediante uma lógica essencialista e hierarquizante, sem compreender, muitas vezes, a violência e o lugar hegemônico de onde partem suas propostas. Assim, a partir da percepção das problemáticas do campo da organização do conhecimento, buscamos amparar nossos olhares sob a perspectiva da desclassificação de García Gutiérrez, que propõe a introdução do pluralismo lógico e a aceitação da contradição como ferramentas fundamentais para representar, organizar e promover o protagonismo de vozes marginalizadas e esquecidas/apagadas nos contextos de memórias e patrimônios culturais. Para tanto, nosso objetivo é delinear os aspectos teóricos e epistemológicos que circundam o campo da organização do conhecimento, a fim de estabelecermos um diálogo e um aporte para direcionarmos nossas ações de organizar o conhecimento com vista para a emancipação dos sujeitos, que compõem a tecitura cultural da comunidade LGBTQIAPN+. Para isso, utilizamos uma abordagem metodológica exploratória e qualitativa, que se baseia na revisão narrativa da literatura para a construção deste estudo. Portanto, este artigo é um convite para deslocarmos nossos olhares para as margens dos conhecimentos científicos e sociais, de modo a superarmos as lógicas opressoras, dominantes e universalistas que inferem violências simbólicas e epistemológicas na organização do conhecimento, para um conglomerado de indivíduos e grupos sociais.



Resumo Inglês:

The field of knowledge organization, inserted in the area of Information Science, is dedicated to the development of fundamentals and techniques for the selection, organization, storage, communication, and retrieval of documents that transmit knowledge and information, capable of generating new knowledge. As a rule, the organization of knowledge is based on categories pre-established by a certain hegemonic and totalizing culture, based on an essentialist and hierarchical logic, without understanding the violence and the hegemonic place from which its proposals come. Thus, based on the perception of problems in the field of knowledge organization, we seek here to support our views from the perspective of García Gutiérrez's declassification, which proposes the introduction of logical pluralism and the acceptance of contradiction as fundamental tools to guarantee representation, organize and promote the protagonism of marginalized and forgotten/erased voices in the contexts of cultural memories and heritage. Thus, when we enter the fields of memory, culture, and heritage studies, it is noticeable the absence of legal frameworks that guarantee the organization, preservation, and dissemination of the memories and cultural heritage of the LGBTQIAPN+ community. Therefore, the research proposed here invites us to shift our gaze to the margins of scientific and social knowledge, to overcome oppressive, dominant, and universalist logics that inflict symbolic and epistemological violence in the organization of knowledge, affecting a conglomerate of individuals and social groups. Thus, by guaranteeing the protagonism of the voices that emerge from the ghettos and slums of knowledge, we are sharing feelings of renewal and revolution in scientific and social activities.