A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do clítico ao tônico (or There and Back Again, a Word Order’s Holiday)

Fórum Lingüístico

Endereço:
Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Lingüística Caixa Postal 476
Florianópolis / SC
88040-900
Site: https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/index
Telefone: (48) 3721-9581
ISSN: 19848412
Editor Chefe: Atilio Butturi Junior
Início Publicação: 31/12/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Linguística

A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do clítico ao tônico (or There and Back Again, a Word Order’s Holiday)

Ano: 2017 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Gabriel de Ávila Othero, Rubia Wildner Cardozo
Autor Correspondente: G. A. Othero | [email protected]

Palavras-chave: Português brasileiro, Colocação pronominal, Pronomes, Objeto direto

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Investigamos as motivações gramaticais (i) para a mudança de ênclise para próclise, ocorrida em meados do século XIX, e (ii) para o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado atualmente em português brasileiro (PB). A hipótese central que perseguiremos aqui é que o uso do pronome tônico (e a perda do clítico) é uma tentativa de recuperar a ordem SVO, abandonada quando, em meados do século XIX, a próclise se fez categórica. Explicaremos o fenômeno na perspectiva da Teoria da Otimidade (TO), cf. Prince & Smolensky (1993), McCarthy & Prince (1993). A TO nos permitiu investigar as restrições envolvidas no fenômeno e a hierarquia dessas restrições (bem como sua mudança ao longo do tempo), algo essencial na explicação das alterações da colocação pronominal em PB. Concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto tenha se consolidado, primeiramente, com os pronomes de terceira pessoa (e com os pronomes com características nominais, como você e a gente) e que a tendência seja que a estratégia de uso do tônico em função de objeto se generalize por todo o sistema pronominal.



Resumo Inglês:

We investigate the grammatical motivations (i) behind the change from enclisis to proclisis that took place in the nineteenth century, and (ii) behind the increase of the tonic pronoun as a verbal complement. The central hypothesis here is that the tonic pronoun (and the consequent abandon lost of the clitic) is an attempt to recover the SVO order in Brazilian Portuguese that was abandoned when, by the nineteenth century, proclisis became categorical: SOcliticV. We explain the phenomenon within the Optimality Theory (OT) framework (Prince & Smolensky 1993, McCarthy & Prince 1993). OT allowed us to investigate the constraints involved in this phenomenon and the hierarchy  for these constraints (as well as the change of this hierarchy over time), and that was a crucial point to explain of the changes of pronominal collocation in BP. We conclude that the implementation of the tonic pronoun as direct object has been consolidated first with the third person pronouns (and with the ‘nominal pronouns’, such as “você” and “a gente”) and that the tendency is, we believe, for this strategy to generalize for all the other pronouns in BP.



Resumo Espanhol:

Investigamos las motivaciones gramaticales (i) para el cambio de enclisis a proclisis, ocurrido a mitad del siglo XIX, y (ii) para el uso del pronombre tónico en función de objeto directo, observado actualmente en portugués brasileño (PB). La hipótesis central que perseguiremos aquí es la de que el uso del pronombre tónico (y la pérdida del clítico) es un intento de recuperar el orden SVO, abandonado cuando, a mitad del siglo XIX, la proclisis se hizo categórica. Explicaremos el fenómeno en la perspectiva de la Teoría de la Optimidad (TO), cf. Prince & Smolensky (1993), McCarthy & Prince (1993). La TO nos ha permitido investigar las restricciones involucradas en el fenómeno y la jerarquía de esas restricciones (bien como su cambio a lo largo del tiempo), algo esencial en la explicación de las alteraciones de la colocación pronominal en PB. Concluimos que la implementación del pronombre pleno como objeto se haya consolidado, primeramente, con los pronombres de tercera persona (y con los pronombres con características nominales, como “você” y “a gente”) y que la tendencia sea que la estrategia de uso del tónico en función de objeto se generalice por todo el sistema pronominal.