Este estudo tem por objetivo analisar a cadeia de carne bovina de corte no Brasil e determinar, empiricamente, se
há poder de mercado na relação comercial entre produtores rurais e frigorÃficos. Com esse fim, procedeu-se em
duas etapas. Primeiro, fez-se uma caracterização da estrutura da indústria. Concluiu-se que, de fato, a estrutura se
aproxima de um oligopsônio, com potencial para exercÃcio de poder de mercado. Na linha da Nova Organização
Industrial EmpÃrica (NOIE), o artigo desenvolve um novo método econométrico para auferir poder de mercado em
indústrias oligopsônicas. Esse modelo procura superar uma limitação tradicional da literatura, na qual os resultados
são sensÃveis à hipótese feita sobre a tecnologia de produção. Usando a condição de maximização de lucro dos
frigorÃficos e dados mensais por um perÃodo de 14 anos para o estado de São Paulo, encontrou-se evidência de
poder de mercado fraco no setor, o que permite descartar a hipótese de comportamento de cartel. Estimativas
alternativas apenas reforçam a robustez desse resultado. Além disso, o poder de mercado não aumentou em anos
recentes, quando a concentração no setor aumentou substancialmente.
This paper analyzes the beef supply chain in Brazil with the purpose of identifying the existence of market power
between farmers and slaughterhouses. The study is divided in two parts. First, we characterize the beef sector in
Brazil, and conclude that the industry structure is close to a oligopsony. Following the tradition of the New
Empirical Industrial Organization (NEIO), we then proceed to apply an econometric test to detect market power.
This new method tries to overcome the usual limitations in which the results obtained are sensitive to assumptions
about production technology. Using profit maximization conditions for slaughterhouses, and a time series of
monthly data over a period of 14 years from the state of Sao Paulo, we found evidence of weak to moderate market
power in the relationship between slaughterhouses and producers. Robustness checks through alternative models
only confirmed these results. Also, we did not find evidence that market power has increased any in recent years,
during which the industry concentration ratio has increased substantially.