O objetivo desse artigo é demonstrar, através de um texto de Machado de Assis e do pensamento de Frantz Fanon sobre a psicopatologia do negro, como se realiza a fragmentação do ser colonizado frente à s posturas ideológicas do colonizador. Partindo dos conceitos sobre raça e racismo, percebe-se a outremização do sujeito dominado num processo que culmina na perda da identidade pelo indivÃduo confrontado com uma imagem negativa de si próprio. A aplicação do pensamento de Fanon ao texto de Machado revela as estratégias do colonizador para manter o colonizado atrelado aos ideais de subserviência, pois a colonização deflagra a aniquilação identitária e o reforço da ideologia dominadante até mesmo por parte daqueles que, em tese, estariam livres de suas amarras. Esse fato é comprovado na obra de Machado por meio da personagem Prudêncio e pelas atitudes da personagem principal, Brás Cubas.