Uma das preocupações centrais do ensino de literatura é, sem dúvida, seu objeto. Defini-lo e explicitar a metodologia crítica a ser colocada em prática são tarefas fundamentais do professor, o que significa ter em mente conceitoschave como as noções de texto, contexto, história literária, recepção, gêneros, entre tantas outras. O mapeamento destas e outras questões a serem abordadas nos estudos literários é o que norteará nossa discussão, para a qual selecionamos três poemas (―Tecendo a manhã‖, ―Mais dia menos dia‖ e ―Corte e dobra‖), de João Cabral, Nelson Ascher e Amílcar de Castro, respectivamente. A partir de considerações sobre esses textos e levantando alguns aspectos teóricos a servirem como motivação ao aluno, buscamos tornar claro o que entendemos pela abordagem do texto literário e a importância que ele assume no ensino de literatura. Roland Barthes, Chklóvski e Adorno, entre outros autores, constituem o apoio crítico-teórico com que contamos em nosso percurso. Conforme iremos demonstrar, é preciso desmitificar a ideia de que o texto (ou melhor, a textualidade) é um espaço fechado ou desligado de referentes externos; ao contrário, sua estrutura composicional ressalta-se como universo para tornar mais densas e ricas suas relações com outros espaços e linguagens.
One of the central concerns of the teaching of literature is undoubtedly its object. Set it and clarify critical methodology to be put into practice are fundamental tasks of the teacher, which means keep in mind keyconcepts such as about of text, context, literary history, reception, genres, among others. The mapping of these and other issues to be discussed in literary studies is what will guide our discussion, for which we selected poems by João Cabral (―Tecendo a manhã‖), by Nelson Ascher (―Mais dia menos dia‖) and Amilcar de Castro (―Corte e dobra‖). From these considerations and underscoring some theoretical aspects to serve as student motivation, we seek to make clear what we mean by approach of literary text and the importance that it assumes in the teaching of literature. Barthes, Chklóvski and Adorno, among others, are the critical support in our journey. As we will show, we need to demystify the idea that the text (or rather, textuality) is an enclosed space or disconnected from external reference; on the contrary, his compositional structure emerges as the universe to make more dense and rich its relations with other spaces and languages.