O termo de ajustamento de conduta como instrumento de consensualidade na improbidade administrativa (The conduct adjustment term as a consensuality instrument in administrative improbity)

Revista Brasileira de Pesquisas Jurídicas

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ISSN: 2675-8431
Editor Chefe: Rafael Valim; Alexandre Godoy Dotta
Início Publicação: 15/04/2020
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito

O termo de ajustamento de conduta como instrumento de consensualidade na improbidade administrativa (The conduct adjustment term as a consensuality instrument in administrative improbity)

Ano: 2021 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: Lucas Bossoni Saikali Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Curitiba, Paraná, Brasil) https://orcid.org/0000-0001-6589-4269 [email protected] Flávio Garcia Cabral Escola do Ministério Público em Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil) https://orcid.org/0000-0002-8128-314X [email protected]
Autor Correspondente: Lucas Bossoni Saikali | [email protected]

Palavras-chave: Consensualidade administrativa. Direitos indisponíveis. Improbidade administrativa. Negócio jurídico. Termo de Ajustamento de Conduta.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo analisa a realização de negócios jurídicos, em especial do Termo de Ajustamento de Conduta, no âmbito das ações de improbidade administrativa. A temática da consensualidade envolvendo a Administração Pública foi uma das tônicas do debate do Direito Público na última década, tanto em razão de uma releitura dos tradicionais paradigmas do Direito Administrativo quanto em razão da imposição prática que tem exigido uma atuação compatível com o caráter democrático do Estado de Direito, pautadas na supremacia do interesse público e da prevalência dos direitos fundamentais. Essa tendência é identificada, por exemplo, pela edição da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 (Lei de Mediação) e pelas mudanças realizadas à LINDB – que expressamente permitem a realização de meios alternativos de soluções de conflitos na esfera da Administração Pública. As alterações promovidas pela Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, conhecido como Pacote Anticrime, admitiram a celebração de acordos de não persecução cível como maneira de aplicar as sanções por conta do cometimento de atos de improbidade administrativa. Um dos instrumentos por excelência utilizados pelo Ministério Público nos casos em que transaciona com agentes públicos ou privados é o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Nesse diapasão, estuda-se a natureza jurídica do TAC e sua aplicabilidade no combate aos atos ímprobos de forma a evitar a tutela judicial – e que ganhou força com a edição da Resolução nº 179/2017 pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Ao final, conclui-se ser possível a realização de negócios jurídicos no âmbito da Lei de Improbidade Administrativa, diante da permissão expressada no novel artigo 17, §1º no referido diploma legal. Ainda, sustenta-se a constitucionalidade da realização de TAC entre o Ministério Público e o agente ímprobo, na medida em que o MP não estaria dispondo de direitos transindividuais ou deixando de perquirir o interesse público. A metodologia utilizada no trabalho é a hipotético-dedutivo e a técnica de pesquisa a documentação indireta.



Resumo Inglês:

This article analyzes the conduct of legal transactions, in particular the Conduct Adjustment Term, within the scope of actions of administrative improbity. The theme of consensuality involving Public Administration has been one of the keynotes of the debate on Public Law in the last decade, both because of a re-reading of the traditional paradigms of Administrative Law and because of the practical imposition that has required a performance compatible with the democratic character of the law. Rule of law, based on the supremacy of the public interest and the prevalence of fundamental rights. This trend is identified, for example, by the enactment of Law No. 13,140, ​​of June 26, 2015 (Mediation Law) and by the changes made to LINDB - which expressly allow the realization of alternative means of resolving conflicts in the sphere of Public Administration . The changes promoted by Law No. 13.964, of December 24, 2019, known as the Anti-Crime Package, admitted the conclusion of civil non-prosecution agreements as a way to apply the sanctions due to the committing of acts of administrative impropriety. One of the instruments par excellence used by the Public Ministry in cases where it transacts with public or private agents is the Conduct Adjustment Term (TAC). In this tuning fork, the legal nature of the TAC and its applicability in the fight against unlawful acts are studied in order to avoid judicial protection - and which gained strength with the edition of Resolution No. 179/2017 by the National Council of the Public Ministry. In the end, it is concluded that it is possible to carry out legal transactions within the scope of the Administrative Improbity Law, given the permission expressed in the novel article 17, paragraph 1 in the referred legal diploma. In addition, the constitutionality of the TAC between the Public Prosecutor and the unlawful agent is sustained, insofar as the MP would not have transindividual rights or fail to pursue the public interest. The methodology used in the work is hypothetical-deductive and the research technique is indirect documentation.



Resumo Espanhol:

Este artículo analiza la realización de transacciones legales, en particular el Plazo de Ajuste de Conducta, en el ámbito de las acciones de improbidad administrativa. El tema de la consensualidad que involucra a la Administración Pública ha sido una de las notas clave del debate sobre Derecho Público en la última década, tanto por una relectura de los paradigmas tradicionales del Derecho Administrativo como por la imposición práctica que ha exigido una actuación compatible con el carácter democrático de la Ley. Estado de derecho, basado en la supremacía del interés público y la prevalencia de los derechos fundamentales. Esta tendencia se identifica, por ejemplo, por la promulgación de la Ley N ° 13.140, de 26 de junio de 2015 (Ley de Mediación) y por los cambios realizados al LINDB - que permiten expresamente la realización de vías alternativas de resolución de conflictos en el ámbito de la Administración Pública. Los cambios promovidos por la Ley N ° 13.964, de 24 de diciembre de 2019, conocida como el Paquete Anti-Delito, admitieron la celebración de convenios de no persecución civil como vía para aplicar las sanciones por la comisión de actos de impropiedad administrativa. Uno de los instrumentos por excelencia que utiliza el Ministerio Público al tratar con agentes públicos o privados es el Plazo de Ajuste de Conducta (TAC). En este diapasón se estudia la naturaleza jurídica del TAC y su aplicabilidad en la lucha contra actos ilícitos con el fin de evitar la tutela judicial - y que cobró fuerza con la edición de la Resolución No. 179/2017 del Consejo Nacional de la Ciudadanía. Ministerio. Finalmente, se concluye que es posible realizar transacciones jurídicas en el ámbito de la Ley de Improbidad Administrativa, con el permiso expresado en el novedoso artículo 17, numeral 1 del citado diploma jurídico. Además, se sostiene la constitucionalidad del TAC entre el Ministerio Público y el agente ilícito, en la medida en que el MP no tendría derechos transindividuales o dejaría de perseguir el interés público. La metodología utilizada en el trabajo es hipotético-deductiva y la técnica de investigación es documentación indirecta.



Resumo Francês:

Cet article analyse le déroulement des transactions juridiques, en particulier la Conduite d'Ajustement, dans le cadre d'actions d'improbité administrative. Le thème de la consensualité impliquant l'administration publique a été l'un des points forts du débat sur le droit public de la dernière décennie, à la fois en raison d'une relecture des paradigmes traditionnels du droit administratif et en raison de l'imposition pratique qui a exigé une performance compatible. avec le caractère démocratique du droit État de droit, fondé sur la suprématie de l'intérêt public et la prévalence des droits fondamentaux. Cette tendance est identifiée, par exemple, par la promulgation de la loi n ° 13,140, ​​du 26 juin 2015 (loi sur la médiation) et par les modifications apportées à LINDB - qui permettent expressément la réalisation de moyens alternatifs de résolution des conflits dans le domaine de l’administration publique. Les changements promus par la loi n ° 13.964 du 24 décembre 2019, dite `` Anti-Crime Package '', ont admis la conclusion d'accords civils de non-poursuite comme moyen d'appliquer les sanctions en raison d'actes d'irrégularité administrative. L'un des instruments par excellence utilisés par le parquet lorsqu'il traite avec des agents publics ou privés est le terme d'ajustement de conduite (TAC). Dans ce diapason, la nature juridique du TAC et son applicabilité dans la lutte contre les actes illicites sont étudiées afin d'éviter une protection judiciaire - et qui s'est renforcée avec l'édition de la Résolution n ° 179/2017 du Conseil national du public. Ministère. En fin de compte, il est conclu qu’il est possible d’effectuer des transactions juridiques dans le cadre de la loi sur l’improbité administrative, avec l’autorisation exprimée dans le nouveau paragraphe 1 de l’article 17 du diplôme juridique susmentionné. En outre, la constitutionnalité du TAC entre le procureur et l'agent illégal est maintenue, dans la mesure où le député n'aurait pas de droits transindividuels ou ne respecterait pas l'intérêt public. La méthodologie utilisée dans le travail est hypothétique-déductive et la technique de recherche est une documentation indirecte.