O rural em Celso Furtado: repensando a crítica de Francisco de Oliveira ao subdesenvolvimento

Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais

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ISSN: 23592419
Editor Chefe: Equipe Cadernos de Campo
Início Publicação: 30/01/1994
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Sociologia

O rural em Celso Furtado: repensando a crítica de Francisco de Oliveira ao subdesenvolvimento

Ano: 2009 | Volume: 12 | Número: 12
Autores: Gustavo Louis Henrique Pinto, Daniel Osterreicher Laporta
Autor Correspondente: Gustavo Louis Henrique Pinto, Daniel Osterreicher Laporta | [email protected]

Palavras-chave: Dualidade estrutural; Celso Furtado; Francisco de Oliveira.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O pensamento social brasileiro é marcado na década de 1950 pelo desenvolvimentismo: a indústria, a urbanização e a imigração associada ao êxodo rural re-configuram as ações do Estado no plano político e econômico. O fim de uma vocação agrária ligada à crise da economia cafeeira, delineando um cenário de industrialização pujante, foi fundamental para a consolidação da noção de subdesenvolvimento. Ao campo fora reservado um lugar na teoria de Furtado, presente na noção de dualidade estrutural: o atraso social e econômico do país é em razão da sobrevivência de uma estrutura pré-capitalista no campo, que, co-existindo em antagonismo com o urbanoindustrial, caracteriza o que é um país subdesenvolvido. A partir do trabalho de Francisco de Oliveira, Crítica a razão dualista (2003), este trabalho tem por objeto elaborar uma reflexão do papel da economia agrária e do mundo rural presentes na noção furtadiana de dualidade estrutural. O objetivo é analisar a obra de Furtado entre 1950-1964, e confrontá-la com o “balanço crítico” de Oliveira. A sobrevivência de uma “estrutura pré-capitalista” ligado a “economia de subsistência” obstrui o crescimento industrial, é um resquício colonial, e é condição que deve ser superada para Furtado. Oliveira traça um caminho cujo agrário é um lugar fundamental que contribuí para a acumulação urbano-industrial.



Resumo Inglês:

The brazilian social thought is marked in the 1950s by developmentalism: industry, urbanization and immigration associated with the rural exodus re-shape the actions of the State in political and economic. The end of a agrarian vocation linked to the crisis of the coffee economy, outlining a scene of strong industrialization was vital for the consolidation of the concept of underdevelopment. To the field was booked a place in the theory of Furtado, in the concept of structural duality: the social and economic backwardness of the country is because of the survival of a pre-capitalist structure in the field, which co-exist in tension with the urban - industrial, features a country that is underdeveloped. From the work of Francisco de Oliveira, the “Critique of dualistic reason” (2003), this work aimed at creating a reflection of the role of agrarian economy and rural furtadiana in the concept of structural duality. The objective is to analyze the work of Furtado between 1950-1964, and comparing it with the “critical balance” of Oliveira. The survival of a “pre-capitalist structure” on the economy of subsistence “obstructs the industrial growth, is a colonial remnant, and is a condition that must be overcome for Furtado. Oliveira traces a path which agriculture is a key place that contributed to urban-industrial accumulation.