O REAL E O IDEAL EM UM SERVIÇO SUBSTITUTIVO DE SAÚDE MENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

SANARE - Revista de Políticas Públicas

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ISSN: 2317-7748
Editor Chefe: Maria Socorro de Araújo Dias
Início Publicação: 30/11/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

O REAL E O IDEAL EM UM SERVIÇO SUBSTITUTIVO DE SAÚDE MENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ano: 2015 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: G. R. Araujo, L. M. N. Silva, S. A. Nascimento, R. R. R. Lima
Autor Correspondente: G. R. Araujo | [email protected]

Palavras-chave: Serviços de saúde mental, Transtornos relacionados ao uso de substâncias, Ações terapêuticas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Desde a reforma psiquiátrica, o modelo de tratamento oferecido a usuários de serviços de saúde mental sofreu profundas e
importantes reformulações, passando da perspectiva biomédica para a biopsicossocial e enfocando ações que abarcassem
a integralidade e a singularidade dos usuários dos serviços. Como propostas inovadoras desse movimento surgiram serviços
substitutivos como ferramentas de atenção à saúde no tratamento de uso/abuso de álcool e outras drogas, que adotam estratégias
de redução de danos e (re)inserção social. O objetivo deste artigo é relatar a experiência de estágio no Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas do município de Parnaíba, Piauí, Brasil. O estudo tem caráter descritivo-qualitativo, seguindo os
princípios da observação participante, além de embasamento teórico não sistemático sobre o tema. Os principais resultados
identificados foram dificuldades em relação à estrutura, à desarticulação da rede, à falta de integração multiprofissional, a
problemas intersetoriais, à ausência de diálogo instituição/família e à ociosidade. A ociosidade dos usuários foi o aspecto que
mais chamou atenção no serviço e provocou muitas angústias e reflexões críticas sobre as terapêuticas ofertadas. Mais que apontar
e criticar os erros, o estágio proporcionou uma avaliação de nossa atitude profissional e da responsabilidade do trabalho em saúde
mental. As frustrações e dificuldades vivenciadas propiciaram crescimento profissional, no sentido de não alimentar expectativas
utópicas acerca do sistema e buscar contribuir para tornar o Sistema Único de Saúde (SUS) mais humanizado.



Resumo Inglês:

Since the psychiatric reform, the treatment model provided to mental health service users has undergone deep and significant
reformulations, moving from a biomedical to a biopsychosocial viewpoint and focusing on actions that could embrace the
service users’ comprehensiveness and uniqueness. As innovative proposals in this movement, there emerged substitute services as
health care tools to treat use/abuse of alcohol and other drugs, which adopt harm reduction and social (re)insertion strategies.
This article aims to report the internship experience at the Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs in Parnaíba, Piauí,
Brazil. The study has a descriptive and qualitative nature, complying with the principles of participatory observation, as well
as a non-systematic theoretical framework on the theme. The main results identified were difficulties regarding the structure,
unconnected network, lack of multiprofessional interaction, intersectoral problems, lack of institution/family dialogue, and
idleness. Users’ idleness was the aspect that stood out in the service and it has triggered much anguish and critical reflections
on the therapies provided. More than pointing out and criticizing mistakes, the internship has enabled an assessment of our
professional attitude and the responsibility in mental health work. The frustrations and difficulties experienced have provided us
with professional growth, avoiding to feed utopian expectations about the system and seeking to contribute to achieve a rather
humanized Brazilian National Health System (SUS).