O que é Simbiogénese? A vertente marginalizada da abordagem evolutiva

Revista Helius

Endereço:
Avenida da Universidade, 850 - Campus Betânia - Alto da Brasília
Sobral / CE
62040370
Site: https://helius.uvanet.br/index.php/helius/
Telefone: (88) 3611-6370
ISSN: 23578297
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 06/02/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O que é Simbiogénese? A vertente marginalizada da abordagem evolutiva

Ano: 2020 | Volume: 3 | Número: 2
Autores: Francisco Carrapiço
Autor Correspondente: Francisco Carrapiço | [email protected]

Palavras-chave: Simbiogénese. Simbiose. Evolução. Pós-Neodarwinismo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A evolução biológica é tradicionalmente considerada como um processo gradual que consiste essencialmente na seleção natural, conduzida através de variações fenotípicas mínimas que são o resultado de mutações e recombinações genéticas para formar novas espécies. Este é um processo dinâmico que se desenvolve e responde não no sentido de perfeição e progresso, mas no sentido de adaptação a novas condições. No entanto, a evolução não é apenas o resultado de mutações e recombinações genéticas combinadas com a seleção natural. Envolve outros processos, nomeadamente associações simbióticas entre diferentes organismos, o que tem sido secundarizado ou mesmo menosprezado pela abordagem Neodarwinista. A simbiogénese, introduzida em 1909 pelo biólogo russo Constantin Mereschkowsky e definida como a origem de organismos pela combinação ou associação de dois ou mais seres que entram em simbiose, é um mecanismo evolutivo que permite uma ruptura conceptual coerente em relação a ideias evolucionistas do passado, mas simultaneamente constitui e constrói uma nova abordagem evolutiva da vida no nosso planeta. Neste âmbito, a simbiose é o veículo através do qual a aquisição de novos genomas e novas capacidades metabólicas e organismais ocorrem, tornando possível a construção evolutiva dos organismos.



Resumo Inglês:

Biological evolution is traditionally considered as a gradual process that consists essentially of natural selection, conducted through minimal phenotypic variations that are the result of genetic mutations and recombinations to form new species. It is likewise a dynamic process that develops and responds not in the sense of perfection and progress, but in the sense of adapting to new conditions. However, evolution is not just the result of mutations and genetic recombination combined with natural selection. It involves other processes, namely symbiotic associations between different organisms, which has been secondary or even underestimated by the neo-Darwinist approach. Symbiogenesis, introduced in 1909 by the Russian biologist Constantin Mereschkowsky and defined as the origin of organisms by the combination or association of two or more beings that enter into symbiosis, is an evolutionary mechanism that allows a coherent conceptual rupture in relation to evolutionary ideas of the past, but simultaneously consists and builds a new evolutionary approach to life on our planet. In this context, symbiosis is the vehicle through which the acquisition of new genomes and new metabolic and organismal capacities occurs, making possible the evolutionary construction of organisms.