Este artigo analisa Tokyo-Ga, filme do cineasta alemão Wim Wenders de 1985, com base no conceito de “regime de historicidadeâ€, do historiador francês François Hartog, que identificou o final do século XX como um perÃodo de obsessão pela memória. Busca-se aqui identificar de que forma esse aspecto é encontrado no filme, especialmente no que se refere à sacralização do passado como forma de se contrapor ao esquecimento. Propõe-se então levantar questões que permeiam o filme e que são bastante pertinentes para a história do tempo presente, tais como: a urbanização esmagadora das metrópoles, a dissolução das identidades culturais na “pós-modernidadeâ€, a produção incessante de um número cada vez maior de imagens e a sobrevalorização da memória como reação à compressão espaço-temporal que caracteriza a contemporaneidade.