O Orientalismo é um dos marcos que definem as obras e pesquisas comumente chamadas de Estudos Pós-Coloniais. O livro de Edward Said demonstra como a construção de um imaginário de um Ocidente dinâmico, universalista e racional necessitou e foi realizado sobre séculos de uma visão do Oriente como uma região geograficamente imaginada, construída a partir de concepções religiosas, morais e econômicas divergentes e imutáveis. O Oriente, no orientalismo, nada mais é que parte integrante da cultura material europeia e de sua civilização.
Ao definir a relação entre o Ocidente e o Oriente como uma relação de poder, de dominação, de graus variáveis de uma hegemonia complexa, Said aponta como base teórica para o debate conceitos como Poder, o Discurso e a Hegemonia. Para analisarmos como esse fundamento é constituído, o presente artigo, a partir de revisão bibliográfica e análise dos conceitos, abordará como a partir de dois grandes pensadores europeus, Antonio Gramsci e Michel Foucault, Said se embasa teoricamente e discorre sobre a dominação que o Ocidente exerce até hoje sobre o Oriente. O artigo também apresenta como uma resposta ao Orientalismo, tomando como exemplo a Revolução Iraniana, demonstra que tais construções teóricas, quando inseridas no contexto político, têm consequências radicalmente diferentes na sociedade.