Toma-se, como objeto de discussão, a escrita de memoriais de professores em
formação inicial, alimentada pelas ações do lembrar e do recordar, das quais
emergem movimentos discursivos que põem em cena a atuação de um sujeito que
reflete sobre si e sobre seus saberes profissionais. O memorial, nesse quadro, é visto
como um expediente metodológico produtivo por proporcionar ao pesquisador
uma compreensão acerca dos movimentos do processo da formação identitária
profissional, a partir do ponto de vista do professor, guiado, portanto, pelos
olhos desse sujeito. Nessa atividade de escrita, identifica-se um jogo de atuação
enunciativa e metadiscursiva que revela, ao leitor, o tipo de engajamento que o
sujeito cria com o seu próprio dizer e/ou com o dizer do outro, com o seu saber
profissional.