O matrimônio tem passado por incompreensões e confusão. Uma reflexão que pretenda aprofundar a essência do matrimônio não pode se furtar do dever de compreender a essência do vínculo matrimonial e do estado conjugal em si mesmos. Importa, portanto, compreender se esse estado de vida é ou não é objeto de um chamado específico de Deus. De outro modo, é útil saber se, para além da designação geral de cada homem à vida espiritual, designação propriamente única e irrepetível, e que é também um chamado universal do homem à vida eterna, há também um chamado específico à vida matrimonial. Nada obsta averiguar se o matrimônio é um chamado específico, para aqueles eleitos a essa vida, ou – pode-se dizer assim – um chamado geral da natureza. Eis o núcleo dessa colaboração: o estado de vida matrimonial é um estado específico ou é um chamado natural, dado a todo ser humano indistintamente?