O LUGAR DA CULTURA NO DEBATE SOBRE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: UM OLHAR A PARTIR DE MOÇAMBIQUE

Vivência: Revista de Antropologia

Endereço:
Campus Universitário, CCHLA - Departamento de Antropologia - Lagoa Nova
Natal / RN
59.152-2240
Site: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/index
Telefone: (84) 3342-2240
ISSN: 2238-6009
Editor Chefe: Julie Antoinette Cavignac
Início Publicação: 07/05/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

O LUGAR DA CULTURA NO DEBATE SOBRE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: UM OLHAR A PARTIR DE MOÇAMBIQUE

Ano: 2019 | Volume: 1 | Número: 54
Autores: R. Menasche, J. J. Mirasse, F. T. Cruz
Autor Correspondente: R. Menasche | [email protected]

Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional, Cultura alimentar, Políticas públicas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo problematiza o lugar da cultura alimentar em projetos e políticas públicas voltados à segurança alimentar e nutricional (SAN). São analisados dados empíricos de pesquisa acerca de um programa público na província de Nampula (Nordeste de Moçambique) por meio do qual famílias rurais foram estimuladas a produzir e consumir batata-doce de polpa alaranjada. Apesar de nutritivo, esse tubérculo — por razões que remetem ao sofrimento vivenciado no processo de colonização e ao respeito aos ancestrais — é aceito com restrições pela população. Desse modo, seu emprego para combater a insegurança alimentar pode ser considerado pouco eficaz. Esse contexto, favorável à análise das interfaces entre cultura alimentar e SAN, proporciona refletir sobre como se conformam, em uma sociedade, adesões, adaptações ou rejeições a práticas alimentares nela introduzidas.



Resumo Inglês:

This paper aims to discuss the place of food culture in the conception and execution of projects and public policies concerning food and nutritional security (SAN, from its initials in Portuguese). The study analyses empirical data from a research about a public program in Nampula province, northeast of Mozambique. Through this program, rural families were encouraged to produce and consume sweet potato of orange flesh. In spite of its nourishing property, this tuber is accepted with restrictions by the local population since it is related to the suffering of the colonial time and to the respect towards their ancestors. Consequently, the use of this vegetable to fight food insecurity might be ineffective. This context, which is favorable to analyse the interface between food culture and SAN, provides thinking about how adhesion, adaptation and rejection to new food practices take place.