O Jesus de Nietzsche: a ambiguidade de uma polêmica

Revista Trágica

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ISSN: 19825870
Editor Chefe: André Martins
Início Publicação: 31/05/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O Jesus de Nietzsche: a ambiguidade de uma polêmica

Ano: 2010 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: Alexandre Cabral
Autor Correspondente: A. Cabral | [email protected]

Palavras-chave: décadence, vontade de poder, Jesus de Nazaré, cristianismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como intuito primordial explicitar a ambigüidade constitutiva da abordagem nietzschiana de Jesus de Nazaré, que se refere ao fato de Nietzsche ter considerado Jesus como um tipo vital contrário ao cristianismo e, no entanto, ter considerado os dois como sintomas da décadence. Para entender esta aparente contradição, é mister que se defina o que Nietzsche entende por décadence e como tal conceito se manifesta pluriformemente em sua análise. Neste sentido, a décadence jesuânica refere-se a um tipo em declínio, que não faz do ressentimento um meio de conversão da cultura ao seu tipo vital em dissolução, como acontece com o cristianismo. Por isso, Jesus aparece como paradigma de um tipo de décadence que possibilita a gênese de uma real metamorfose tipológica, condição de possibilidade da superação do tipo fisiológico degenerado, que se tornou normativo no Ocidente desde Sócrates, e a aparição do além-do-homem.



Resumo Inglês:

The main goal of this article is to explicit the ambiguity constitutive of the nietzschean approach of Jesus of Nazareth. This ambiguity is due to the fact that Nietzsche considered Jesus as a vital type contrary to Christianity and, at the same time, considered them both as symptoms of decadence. In order to understand this apparent contradiction, it’s key to define what Nietzsche understands as decadence and how this concept appears under multiple forms in his analysis. Considering this, Jesus’ decadence refers to a declining type that doesn’t use ressentiment as a mean to convert culture to his vital type in dissolution, as it happens with Christianity. Therefore, Jesus appears as the paradigm of a decadence type that enables the genesis of a real typological metamorphosis. This metamorphosis is the condition of possibility for overcoming the degenerated physiological type who has become the norm in the Western world since Socrates, and for the appearance of the overman.