O Estado e a Religião nas sociedades industrializadas e de inovação e mudança

Horizonte

Endereço:
Av. Dom José Gaspar, 500 – Prédio 04,
Belo Horizonte / MG
Site: http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte
Telefone: (31) 3319-4633
ISSN: 21755841
Editor Chefe: Antonio Geraldo Cantarela/Rodrigo Coppe Caldeira
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Teologia

O Estado e a Religião nas sociedades industrializadas e de inovação e mudança

Ano: 2010 | Volume: 8 | Número: 19
Autores: Marià Corbí
Autor Correspondente: Marià Corbí | [email protected]

Palavras-chave: Mito, crença, Estado, Religião, Sociedade do Conhecimento.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nas sociedades pré-industriais com um Estado formal, em que a religião aparecia como aquele sistema de crenças que era
simultaneamente um sistema de programação coletiva e um modo de expressar e viver a dimensão absoluta da realidade, o
Estado necessitava da religião e a religião do Estado. A industrialização, as sociedades de inovação e mudança e a subseqüente
democratização romperam esse pacto e dependência mútua. Nas novas sociedades industriais, as religiões não poderão oferecer
sistemas de crenças com a pretensão de que se convertam em projeto de vida coletiva, interpretadas a partir de uma epistemologia
mítica que dá por real o que dizem os mitos, como vontade divina à qual se deve submeter. Pelo contrário, se não se quer romper
com a tradição, as religiões deverão ofertar uma espiritualidade, de qualidade humana profunda às sociedades globalizadas, em
contínua transformação, quando mais a necessitam. As novas sociedades não precisam de crenças em que se fixar, mas de
densidade de espírito e de espiritualidade que confira qualidade à vida. As religiões e os Estados devem reconhecer esta nova
situação pelo bem dos povos, da convivência entre eles e pelo bem do planeta. Sociedades com uma tecnociência poderosa em
contínuo crescimento e sem qualidade podem ser muito perigosas.



Resumo Inglês:

In pre-industrial societies with a formal State, in which the religion appeared as a belief system that was both a programming
system and a collective way of expressing and living the absolute dimension of reality, the state needed religion and religion
needed the state. Industrialization, society in innovation and change, and the subsequent democratization broke this pact and its
mutual dependency. In the new industrial societies, religions could not offer those beliefs systems that claim to be converted to a
collective life project, interpreted from an mythic epistemology that take as real what the myths say, like a divine will to which
we must submit. On the contrary, if you do not want to break with tradition, religions must offer a spirituality of profound human
quality to the globalized societies, in continuous transformation, when they need it most. Such new societies do not need to
support them, but they do need of a real density of spirit and of spirituality that gives quality to life. Religions and States must
recognize this new situation for the good of peoples and the relationship between them and the good of the planet. Societies with
a powerful techno science continuously growing and without quality can be very dangerous.



Resumo Espanhol:

En sociedades preindustriales con estado, la religión como sistema de creencias que era simultáneamente sistema de
programación colectiva y modo de expresar y vivir la dimensión absoluta de la realidad, el estado necesitaba de la religión y la
religión del estado. La industrialización, las sociedades de innovación y cambio, y la subsiguiente democratización, han roto ese
pacto y dependencia mutua. En las nuevas sociedades industriales, las religiones no podrán ofrecer sistemas de creencias con la
pretensión de que se conviertan en proyecto de vida colectiva, porque, interpretadas desde una epistemología mítica que da por
real lo que dicen los mitos, son voluntad divina a la que hay que someterse. Por el contrario, si no se quiere quebrar la tradición,
las religiones deberán hacer una oferta de espiritualidad, de calidad humana profunda, a las sociedades globalizadas en continua
transformación, cuando más lo necesitan. Las nuevas sociedades no precisan de creencias que fijen, sino de calidad, de espíritu
de vida. Las religiones y los estados debieran reconocer esta nueva situación por el bien de los pueblos, de la convivencia entre
ellos y por el bien del planeta. Sociedades de una tecnociencia poderosa en continuo crecimiento y sin calidad, pueden ser muy
peligrosas.