O espaço da tragédia: lugar das intensidades e das diferenças

Revista Trágica

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ISSN: 19825870
Editor Chefe: André Martins
Início Publicação: 31/05/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O espaço da tragédia: lugar das intensidades e das diferenças

Ano: 2013 | Volume: 6 | Número: 1
Autores: Miguel Angel Barrenechea
Autor Correspondente: M. Barrenechea | [email protected]

Palavras-chave: Aristóteles, Schopenhauer, espaço trágico.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A nossa proposta consiste em analisar o fenômeno trágico partindo das interpretações de Aristóteles e de Schopenhauer. Ambos os autores realizaram importantes reflexões sobre a dinâmica e o significado da tragédia. Aristóteles considera que a tragédia deve levar à catarsis para purificar ou eliminar paixões; já Schopenhauer sustenta que a tragédia também nos afasta das paixões, nos instiga a abandonar qualquer finalidade e nos prepara para a resignação perante a existência. Num segundo momento deste trabalho, abordamos a reflexão de Nietzsche sobre o sentido da tragédia que diverge de parte a parte com as interpretações sustentadas por Aristóteles e Schopenhauer. Para esses, a tragédia conclama o homem a desistir de paixões e afetos que irremediavelmente levam-no à dor, ao sofrimento, ao fracasso. Nietzsche afirma, na contramão dessas perspectivas, que a tragédia está longe de expurgar ou reprimir paixões, mas torna-se um tônico, um intensificador dos impulsos e instintos, mostrando que perante todas as peripécias vitais, perante as contradições da existência é possível adotar uma atitude afirmativa, criativa. Em síntese, pretendemos mostrar como, para o autor de O nascimento da tragédia, o espaço trágico é o lugar celebratório por excelência, no qual são exaltadas todas as peripécias vitais, desde o mais belo até o mais medonho, isto é, veremos como esse espaço é interpretado como o lugar das intensidades e das diferenças.



Resumo Inglês:

Our first proposal is to analyze the tragic phenomenon based on the interpretations of Aristotle and Schopenhauer. Both authors made substantial reflections on the dynamics and meaning of tragedy. Aristotle believes that tragedy must lead to catharsis, to purge or eliminate passions; while Schopenhauer argues that tragedy also takes us away from passions, urges us to abandon any purpose and prepares us for resignation before the existence. Secondly, this paper discusses how Nietzsche's reflection on the meaning of tragedy differs from the interpretation sustained by Aristotle and Schopenhauer. For them, tragedy beckons man to give up passions and affections which hopelessly lead to pain, suffering, and failure. Nietzsche claims, against these perspectives, that tragedy is far from purging or suppressing passions, but it becomes a tonic, an intensifier of impulses and instincts, showing that before the troubles and adventures of life, and the contradictions of existence, it is possible to adopt an assertive, creative stance. To summarize, we intend to show how, for the author of The Birth of Tragedy, the tragic space is the celebratory place par excellence, where all vital adventures are exalted, from the most beautiful to the most hideous, so we will see how this space is interpreted as the locus of intensities and differences.