O Diretório em Pernambuco no século XIX: Instrumento de “pacificação” dos “índios brabos” no submédio São Francisco

Revista Em Perspectiva

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ISSN: 2448-0789
Editor Chefe: Ana Rita Fonteles Duarte
Início Publicação: 10/12/2015
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: História

O Diretório em Pernambuco no século XIX: Instrumento de “pacificação” dos “índios brabos” no submédio São Francisco

Ano: 2015 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Carlos Fernando dos Santos Júnior
Autor Correspondente: C. F. dos Santos Jr. | [email protected]

Palavras-chave: índios no sertão, Rio São Francisco, acervos de experiências

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo aborda a aplicação do Diretório dos Índios de Pernambuco para as populações indígenas na Região do Submédio São Francisco e nas áreas das bacias dos rios Moxotó e Pajeú. Nesses espaços ocorreram os contatos, os conflitos e as alianças entre as populações nativas e os criadores de gado que instalavam as suas fazendas e os povoados no Sertão de Pernambuco. Para a inserção dos sertões nordestinos à lógica da colonização, a colaboração das populações nativas foi essencial. Na segunda metade do século XVIII, o Diretório Pombalino norteou a política indigenista da Coroa Portuguesa que visava transformar índios aldeados e os não aldeados – denominados nos documentos coloniais com a alcunha de “bárbaros” – em vassalos. No início do século XIX, observou-se nos documentos administrativos do Governo da Capitania de Pernambuco a continuidade da aplicação do Diretório como a política indigenista oficial para civilização das populações indígenas não aldeadas, nas áreas próximas aos rios Moxotó, Pajeú e São Francisco. Nesse período a relação entre os indígenas e moradores foi marcada por conflitos, alianças e negociações movidas pelo controle de dois recursos naturais: terra e água. E também a resistência dos povos indígenas na defesa de seus territórios.



Resumo Inglês:

This article discusses the application of Pernambuco Indians of the Directory for indigenous peoples in the region of the Submédio São Francisco and Moxotó and Pajeú rivers. These spaces occurred contacts, conflicts and alliances between indigenous peoples and farmers who settled their farms and villages in the Hinterland of Pernambuco. For the insertion of the northeastern hinterlands of colonization logic, the collaboration of indigenous peoples was essential. In the second half of the eighteenth century, the Pombalino Directory guided the indigenous policy of the Portuguese Crown aimed at transforming settled Indians and non-villagers - called in colonial documents with the nickname of "barbarians" – in vassals. In the early nineteenth century, there were the administrative documents of the Captaincy of Pernambuco Government to continue to enforce Directory as the official Indian policy for civilization of indigenous peoples not settled, in areas near to the Moxotó, Pajeú and San Francisco rivers. During this period the relationship between indigenous and farmers was marked by conflicts, alliances and negotiations moved by control of two natural resources: land and water. And also the resistance of indigenous peoples through their territories.