O DIREITO DE SER SURDO EM LÍNGUA DE SINAIS: O ATIVISMO POLÍTICO-CULTURAL SURDO E A LEI DE LIBRAS NO BRASIL

Revista Espaço

Endereço:
DIESP - Rua das Laranjeiras, 232, Laranjeiras. Rio de Janeiro – RJ, - Sala 309 - Laranjeiras
Rio de Janeiro / RJ
22240-003
Site: http://www.ines.gov.br/seer/index.php/revista-espaco/index
Telefone: (21) 2285-7546
ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

O DIREITO DE SER SURDO EM LÍNGUA DE SINAIS: O ATIVISMO POLÍTICO-CULTURAL SURDO E A LEI DE LIBRAS NO BRASIL

Ano: 2025 | Volume: Especial | Número: Especial
Autores: Fábio Bezerra de Brito
Autor Correspondente: Fábio Bezerra de Brito | [email protected]

Palavras-chave: Surdez; Língua Brasileira de Sinais; História dos surdos no Brasil; Movimento social surdo; Direitos linguísticos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo apresenta a história do movimento social surdo brasileiro e seu protagonismo nas ações pelo reconhecimento jurídico da Língua Brasileira de Sinais (Libras), feito alcançado em 2002 com a Lei de Libras, cuja regulamentação completa duas décadas neste ano. É um estudo qualitativo baseado em pesquisas documentais e entrevistas. A análise dos dados é conduzida em diálogo com a literatura sobre o tema e a teoria da ação coletiva de Alberto Melucci. Os resultados mostram a interação entre ativistas surdos e acadêmicos, principalmente da área da Linguística, como crucial para que o estatuto linguístico das línguas de sinais se tornasse a peça-chave da campanha para o reconhecimento legal da Libras, a partir de meados dos anos 1990. O movimento surdo incorporou assim uma dimensão de disputa cultural que contrapôs com sucesso o seu discurso da surdez como diferença linguística ao modelo médico da surdez como deficiência a ser curada.



Resumo Inglês:

This article presents the history of the Brazilian deaf social movement and its leading role in actions for the legal recognition of Brazilian Sign Language (Libras), which was achieved in 2002 with the enactment of the Libras Law, marking two decades of regulation this year. This study is qualitative, based on documentary research and interviews. The data was analyzed in dialogue with the literature on the subject and Alberto Melucci’s theory of collective action. The results show that the interaction between deaf activists and academics, mainly from the field of linguistics, was crucial for the linguistic status of sign languages to become a key element in the campaign for the recognition of Libras from the mid-1990s onwards. The deaf movement thus incorporated a dimension of cultural dispute that successfully contrasted its discourse of deafness as a linguistic difference with the medical model of deafness as a disability to be cured.