O emprego é atualmente tema comum em muitos fóruns, simpósios, palestras, que sempre
debatem sobre a questão de um mundo "sem emprego", competitivo e moldado pela
flexibilidade dos processos de produção. Muitas vezes, o debate gira em torno de que
existe uma ampla capacidade de consumo, apesar da recessão e do desemprego, que
pode ser explorada por atividades como o Turismo. Assim, a indústria do turismo é
apresentada com grande euforia para a população e o poder público como meio
inequÃvoco de crescimento econômico e dissolução das desigualdades. Porém, para
contestar tais pronunciações, apresentamos neste artigo dois grupos de argumentações. O
primeiro diz respeito ao ideário do turismo brasileiro, com destaque para atuação da Embratur
que desde sua criação, na década de 1960, privilegia ações voltadas para o turismo
receptivo internacional que acabam enfraquecendo a própria economia das regiões
turÃsticas, bem como aprofundando as desigualdades entre as regiões do paÃs. Já o segundo
grupo de argumentações problematiza as contradições que se encerram no próprio
desenvolvimento do Turismo. Com isso, pretendemos despertar a leitura crÃtica do fenômeno
turÃstico como uma atividade que se processa por conflitos, contradições e ambivalências.
The job is currently a common subject in many forums, symposiums, lectures, that always
debate on the question of a world "without job", competitive and molded by the flexibility of
the production processes. Many times, the debate focuses on the fact that there is still much
capacity of consumption, although the recession and the unemployment, that can be
explored by activities as the Tourism. Thus, the industry of the tourism is presented with great
euphoria for the population and municipalities as an unequivocal solution for economic
growth and dissolution of the inequalities. However, to contest such pronunciations, we
present in this article two groups of arguments. The first one says respect to the policies of the
Brazilian tourism, with proeminence for the performance of Embratur that since its creation, in
the decade of 1960, privileges actions directed toward the international tourism that finish
weakening the Brazilian economy, as well as deepening the inequalities between Brazilian
regions. Then, the second group of arguments says respect to the contradictions of the
development of the Tourism. With this, we intend to awake the critical reading of the tourist
phenomenon as an activity that processes for conflicts, contradictions and ambivalences.